sábado, 22 de dezembro de 2012

Querem nos fazer gostar de filme brasileiro porquê é brasileiro


Nosso medíocres cineastas querem que nós brasileiros vejamos o cinema brasileiro pelo simples fato de ser brasileiro. Quase ninguém ama algo por ser de seu país ou ser seu, senão só diríamos que é bom algo nosso.Qualificariam como ruim , tudo o que fosse alheio. As pessoas gostam apenas daquilo que lhes parece bom.

Ninguém deve buscar valorizar a cultura nacional pelo simples fato de ser  nativo daquele local, mas porque ela contém positividades ou porque tem aspecto que lhe são agradáveis como a culinária.



Veja abaixo o show de autoritarismo de nossos cineastas:

A ocupação das telas de cinema

Não é antiamericanismo, mas preocupa "Crepúsculo" e "007" terem dominado as salas. Fica muito difícil competir, pois eles investem muito em publicidade

No dia 15 de novembro, estreou a última parte da saga Crepúsculo no país. O filme entrou em 1.213 salas ao mesmo tempo.

Afinal, tantas pessoas querem ver o filme? Essa quantidade de salas é algo realmente necessário?

O Brasil tem cerca de 2.200 salas. Ou seja, um único filme ocupa cerca de 60% dos cinemas do país!

Se considerarmos que o novo filme 007 está em outras 400, temos mais de 1.600 salas (75% do total) com apenas dois filmes em cartaz.

Quem quer ir ao cinema é quase empurrado para ver um desses títulos. Não é o caso de pedir a ação dos órgãos que deveriam garantir a concorrência, que deveriam evitar o monopólio, a concentração? Quando a Nestlé quis comprar a Garoto e ficar com 70% do mercado de chocolate, houve um enorme debate, que movimentou órgãos do governo.

Dois filmes podem ter 75% das salas? Nesse caso, ainda temos a questão da diversidade -afinal, mesmo sendo um negócio, o cinema envolve diversos aspectos culturais.

É assistindo a filmes que muitos dos hábitos e costumes são formados. Foi através do cinema que os Estados Unidos, a partir dos anos 1950, impuseram os seus hábitos ao mundo, por exemplo, e isso obviamente tem implicações econômicas. Com os filmes, veio o "american way". Todo mundo passou a usar jeans, comer hambúrguer e escutar rock.

Não se trata de xenofobia ou discurso antiamericano. Mas o capitalismo prevê mecanismos para evitar excessos. No mercado de cinema, não se vê isso.

Para exemplificar: em 2005, Harry Potter 4 fez 4,3 milhões de ingressos com 550 cópias. Em 2007, o quinto filme fez 4,2 milhões com 787 cópias. Em 2010, o sexto fez 4,3 milhões com 861 salas. Ou seja, não houve aumento de público e o número de telas aumentou 60%.

Não parece evidente que o aumento de ocupação de salas serve para diminuir a concorrência? Quanto mais cópias, maior o investimento em publicidade. E, portanto, maior o impacto na decisão do consumidor.

Fica cada dia mais difícil competir. O alto gasto de recursos em publicidade para impedir a concorrência é outra prática irregular. A digitalização tornará isso ainda mais cruel. Não haverá o custo de cópia para inibir a ampliação do número de telas. Poderemos ter, no limite, um filme lançado em todas as salas!

Urge que os órgãos tomem uma atitude. Eu gosto de pizza, eu gosto de hambúrguer. Mas também de comida francesa e tailandesa.

Eu quero poder ter a chance de chegar num cinema de oito salas e ter pelo menos oito filmes em cartaz para escolher. Isso não é do interesse apenas dos produtores nacionais que não conseguem exibir seus filmes. É do interesse do consumidor que não tem opções.

O país não pode permitir a exploração de seu mercado de maneira predatória, deixando corações e mentes de todos submetidos a um produto pasteurizado e global.

autor: ANDRÉ STURM, 46, é cineasta e diretor-executivo do Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS). Foi diretor do Cine Belas Artes

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/83699-a-ocupacao-das-telas-de-cinema.shtml

Mesmo premiados, filmes brasileiros esbarram em blockbusters

Premiado em festivais de cinema na Itália, na Rússia e em Gramado (RS), o longa-metragem "Colegas" está pronto desde janeiro deste ano, mas ainda não conseguiu estrear nos cinemas brasileiros.

"Tentamos lançar o filme no 9 de novembro, mas 'Crepúsculo' ocupou mais da metade dos cinemas e não nos deu chance", afirmou Marçal Souza, produtor de "Colegas".

Para ele, o mais importante agora para o audiovisual brasileiro é tentar "conscientizar o público brasileiro a ver cinema nacional novamente".

O debate sobre a presença da produção brasileira nas salas de cinema do país ganhou força no último dia 14 com um artigo publicado nesta Folha por André Sturm, cineasta e diretor-executivo do Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS).

Em seu texto, que deu origem a discussões em redes sociais e no setor audiovisual, Sturm afirma que o Brasil "não pode permitir a exploração de seu mercado de maneira predatória, deixando corações e mentes de todos submetidos a um produto pasteurizado e global".

Ainda segundo ele, o tema não é de interesse "apenas dos produtores nacionais que não conseguem exibir seus filmes", mas também do público.

Para Vinícius Coimbra, diretor de "A Hora e a Vez de Augusto Matraga", os filmes nacionais não são avaliados por seu conteúdo, mas sim por uma 'tagline', por um resumo.

"No nosso caso, eles se assustaram um pouco por ser baseado em uma história do Guimarães Rosa, acharam que não teria apelo comercial, que seria hermético", disse Coimbra.

Pronto desde setembro do ano passado, o filme venceu cinco prêmios no Festival do Rio 2011, mas ainda não estreou.

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1203173-mesmo-premiados-filmes-brasileiros-esbarram-em-blockbusters.shtml

Governo projeta rede alternativa de cinema

Enquanto mais de 60 filmes brasileiros aguardam para estrear nos cinemas, 61% das salas do país exibem hoje estrangeiros como "O Hobbit" ou a última parte da saga "Crepúsculo". Já a produção nacional que estreou neste ano viu sua fatia de público cair 31,8% --de 13,5% para 9,2%-- em relação a 2011.

É neste cenário que Leopoldo Nunes, ex-diretor da Ancine (Agência Nacional do Cinema) e da TV Brasil, assume a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura. O órgão tem entre suas responsabilidades a elaboração de políticas públicas para o cinema e o audiovisual.

Em entrevista à Folha, Nunes diz que a nova lei da TV paga (com cotas para conteúdo nacional) aumentará a fatia brasileira também nos cinemas. Mas, para ele, a prioridade não é criar reservas de mercado, mas garantir que as obras brasileiras cheguem ao público.

"Há um número limitado de cinemas no país, quase 2.500. O ideal seriam 4.000, mas isso não ocorrerá em curto prazo. Vamos investir em formas alternativas de difusão, como os 360 CEUs das Artes que serão construídos, cineclubes, Sescs, praças, pontos de exibição", disse.

Para ele, o governo não pode obrigar o público a assistir a um filme brasileiro, mas tem como obrigação garantir que eles sejam exibidos.

"Precisamos formar público, capacitar criadores e promover o encontro entre espectadores e obras nacionais. Há títulos ótimos que, mesmo com a cota de tela no cinema [exigência legal de exibição de filmes brasileiros], não têm condições de competir com estrangeiros."

A peça-chave da estratégia traçada por Leopoldo Nunes para o setor é a Programadora Brasil, programa federal que abastece hoje 1.625 pontos de exibição em 850 municípios com um acervo de quase mil obras nacionais.

"A meta é que, em dois anos, chegue a 4.000 títulos. Parte virá da digitalização de obras da Cinemateca [também ligada à secretaria]. Há um potencial enorme para exibir essas obras. Há 18 mil telecentros, as pessoas podem vê-las via internet."

Criada em 2007, a Programadora Brasil registra um público total de 600 mil ao longo de mais de 17 mil sessões.

"Estimo que o número de espectadores passe de dois milhões, pois nem todas as sessões registram o público", diz Caio Cesaro, coordenador da Programadora Brasil. Surgem anualmente, em média, 250 pontos de exibição (cineclubes, centros comunitários, praças, escolas etc.).

A exibição alternativa mostra que o alcance de filmes nacionais vai muito além das estatísticas do circuito comercial. O documentário "O Chamado de Deus" (2001), de José Joffily, por exemplo, levou 4.535 pessoas aos cinemas.

Em pontos de exibição do programa federal, ele foi visto por 3.341 espectadores --ou seja, o público total é 73% maior.

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1203166-governo-projeta-rede-alternativa-de-cinema.shtml

Comentário:

E os nossos cineastas querem nos obrigar a ver cinema brasileiro porque é brasileiro.

Foi falado na necessidade de concorrência, mas o cinema brasileiro perde espaço não por golpe baixo ou alguma fusão, mas porque é incompetente. Eles não conseguem concorrer com o cinema ameriano por falta de qualidade..

Quando alguém come algum prato típico local, come por que é saboroso ou por que é um prato típico de sua região?

Suponhamos que numa concessionária você topa com uma carro brasileiro 1.0 sem vidros elétricos, freio abs, não tem direção hidramático ou câmbio automático e um carro estrangeiro 1.6 todo equipado, e ambos com o preço equivalente. Qual deles você compraria? Comprara  o mais equipado ou o nacional por ser nacional?

Ninguém deve assistir a um filme porque é brasileiro, mas porquê lhe é agradável.

Quanto aos prêmios no exterior, cada ser humano tem direito a sua opinião  a gostar daquilo que he bem aprouver, o gosto de cada um é diferente, não deve ninguém ser obrigado a achar um film bom porque determinado critico gostou.

Cinema é fantasia, não vai aumentar seu conhecimento, só serve para divertir, não se sinta culpado por gostar do chamado filme de "entretenimento" e não dos filmes "cults", porque ambos são apenas fantasia e feitos para divertir.



sábado, 22 de setembro de 2012

A Independência do Brasil não está na TV a cabo




Cota inventa interesse do público por produções nacionais.

Por Leandro Sarubo

Mais desimportante que o cinema brasileiro é a agência criada para regular seu setor.
A ANCINE foi criada em 2001. Sua missão, publicada na internet, é promover “o fomento, a regulação e a fiscalização do mercado do cinema e do audiovisual no Brasil”  para “induzir condições isonômicas de competição nas relações dos agentes econômicos da atividade cinematográfica e videofonográfica no Brasil, proporcionando o desenvolvimento de uma indústria forte, competitiva e [sic] auto-sustentada”.
Não é preciso ir muito longe para saber que a produção brasileira continua com a tecnologia do século 20 e aquelas mesmas ideias do século 19, repetidas por todo pretenso intelectual tupiniquim.  Desde a criação da agência reguladora, vinculada ao Ministério da Cultura, só uns filmes que glorificam a pobreza, os espíritas e o Renato Aragão fizeram sucesso. A ANCINE, portanto, falhou em sua promessa. Uma promessa que ninguém conhecia. Ou se importava.
Como ninguém enviou um telegrama para a ANCINE relatando a felicidade em estar longe, bem longe, dos filmes brasileiros, ela decidiu se mobilizar. Por cinco anos, azucrinou o Congresso Nacional para embutir na lei 12.485, que garante às concessionárias de telefonia o direito de comercializar serviços de TV paga, um desagradável adendo bananista: a cota de conteúdo brasileiro.
Para “aumentar a produção e circulação de conteúdo audiovisual brasileiro, diversificado e de qualidade, gerando emprego, renda, royalties, mais profissionalismo e o fortalecimento da cultura nacional”, ela criou, “atendendo aos interesses da sociedade”, duas regras.
A primeira, a menos desagradável, obriga as operadoras a criar uma reserva brasileira nos pacotes comercializados. A cada três canais estrangeiros oferecidos, um nacional deverá ser entregue. Em pacotes maiores, um limite de doze canais nacionais foi estipulado, para o decodificador não virar um carro alegórico e cantar as músicas da Beth Carvalho. Entre esses canais democraticamente embutidos na grade, dois precisarão contar com 12 horas diárias de conteúdo nacional. Depois do "Teatro Dos Oprimidos", chega no Brasil a "TV Paga dos Oprimidos".
A segunda regra, esta sim mais incisiva, delega aos canais estrangeiros a exibição semanal obrigatória de 210 minutos de séries e filmes do Brasil – no início, a ANCINE permitirá o atendimento de "apenas" 120 minutos. Canais de jornalismo e esportes estão livres da medida, mas Sony, Warner, HBO e os demais dedicados a séries e filmes, justamente os prediletos do público, que paga pelo conteúdo, não. Entre Sheldon Cooper e Francis Ford Coppola, um pouco de “FDP”. Entre Gregory House e Woody Allen, um pouco de “Cidade de Deus”. Tudo em nome dos interesses da sociedade. Qual sociedade?
Na visão da ANCINE, o fato de ninguém se importar, seja na TV, seja no cinema, com “Eu Receberia as Piores Notícias de seus Lindos Lábios”, “O Palhaço”, “Lula, o Filho do Brasil”, “Paraísos Artificiais”, e dezenas de lixos em longa metragem financiadas muitas vezes com dinheiro público têm a ver com falta de oportunidade. Quando, na verdade, o que acontece é exatamente o inverso. Os brasileiros pagam o serviço de TV por assinatura pensando em novas oportunidades. Em não depender das redes abertas e públicas, como a TV Brasil, aquela que ainda faz festa quando pica 0,4 pontos no Ibope.
A ANCINE tem todo o direito de estudar alternativas para popularizar as gloriosas criações nacionais, apesar de ser desperdício de dinheiro público. Minha sugestão inicial seria matricular todos os roteiristas e cineastas em escolas profissionalizantes, para eles aprenderem a escrever e executar suas obras. Não existe barreira maior para o contato entre o público e as produções nacionais do que a atestada falta de qualidade do que é criado. O público, por mais paradoxal que possa parecer, procura qualidade, não quantidade. Enfiar goela abaixo um pacote de porcarias e reprises não ajudará em nada na atrapalhada intenção estatal de popularizar o Brasil para os brasileiros. É mais provável que o número de televisores ligados simplesmente caia. Efeito curioso para quem dizia, com terminologias técnicas e cínicas, querer aquecer a economia.

Em nome de um "interesse público", várias figurinhas e grupinhos começaram a afirmar o que é melhor para os brasileiros. Do consumo de roupas e gadgets aos tuítes engraçadinhos, tudo passou a sofrer patrulha de gente que veste o manto das boas intenções para esconder o secreto desejo de controlar a vida alheia. A onda, agora, chegou na procedência da ficção, a mais tresloucada de todas as ofensivas até aqui. Espero que em pouco tempo o Brasil fique independente dessa cota, interessante apenas para os produtores incompetentes, que ganham uma perigosa e nefasta reserva de mercado. Afinal, temos - ou deveríamos ter - o direito de ter uma vida um pouco menos preocupada com o que afirmam ser público e mais preocupada com o que é nosso. Mas não sou muito otimista em meu desejo. No Brasil, a evolução só ocorrerá quando ela se tornar uma cota. O Brasil é um país de cotas.
http://www.itu.com.br/cinema/noticia/a-independencia-do-brasil-nao-esta-na-tv-a-cabo-20120907

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Sobre as cotas


Ministro Luiz Fux convoca audiência pública sobre regulamentação de TV por assinatura

4/7/2012

O Supremo Tribunal Federal (STF) realizará no segundo semestre deste ano audiência pública sobre a nova regulamentação da TV por assinatura, criada pela Lei nº 12.485/2011. A audiência foi convocada pelo ministro Luiz Fux, relator de três ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) que questionam dispositivos da lei.

As ações questionam, entre outros pontos, a extensão dos poderes fiscalizatórios da Agência Nacional do Cinema (Ancine), a restrição à propriedade cruzada entre segmentos dos setores de telecomunicações e radiodifusão, a limitação da participação do capital estrangeiro no mercado audiovisual e a obrigatoriedade de veiculação mínima de conteúdo nacional.

Os questionamentos foram apresentados ao STF pelo partido Democratas (ADI 4679), pela Associação NEOTV – que reúne prestadores de serviços de televisão por assinatura – (ADI 4747), e pela Associação Brasileira de Radiodifusores (ADI 4756).

Mercado audiovisual

Segundo o ministro Luiz Fux, a apreciação do tema ultrapassa os limites do estritamente jurídico, demandando “abordagem técnica e interdisciplinar, atenta às nuances do mercado audiovisual brasileiro e às repercussões práticas que o novo modelo normativo ensejará sobre a dinâmica do setor”. O ministro cita que a televisão por assinatura está presente em aproximadamente 25% das casas brasileiras, atingindo cerca de 45 milhões de brasileiros, de acordo com estimativas do IBGE.

A audiência pública, conforme o relator, busca ouvir especialistas, entidades reguladoras e representantes da sociedade civil para esclarecer questões técnicas, políticas, econômicas e culturais relativas ao funcionamento do mercado de TV por assinatura. O ministro Luiz Fux salientou que não é objetivo da audiência colher interpretações jurídicas dos textos constitucional ou legal.

Entre os itens a serem abordados, o ministro destaca: I) peculiaridades das diferentes plataformas tecnológicas; II) atividades da cadeia de valor do mercado audiovisual; III) grau de abertura e concorrência do setor; IV) impactos da restrição ao capital estrangeiro e da vedação à propriedade cruzada; v) composição do mercado quanto à produção nacional e estrangeira; VI) técnicas de estímulo à produção e consumo de conteúdo nacional; VII) mudanças operadas no mercado em razão da nova lei; VIII) perfil de atuação da Ancine; IX) panorama mundial de regulação da TV por assinatura.
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Comentário: A questão da cota para conteúdo nacional diz respeito a um direito de consumo dos assinantes de TV por assinatura, se ele deseja as cotas ou não, afinal ele que pagará por algo que ele vai consumir ou às vezes nem quer consumir e paga assim mesmo.
As cotas dizem que é para estimular o produto audiovisual nacional e para gerar emprego.  O que os cineastas querem é obter uma nova fonte de renda para “mamar”.  Existe o canal Brasil, TV Cultura, TV Brasil, por exemplo, que exibem conteúdo nacional e são verdadeiros fracassos. Está disponível ao assinante o canal Brasil, e para a população os outros dois e qual a audiência, baixíssima.
A causa é a falta de interesse do público pelo conteúdo oferecido, a lógica é elementar, o público só consome aquilo que ele gosta e ele não se interessa por muitas temáticas do cinema.
Sobre a qualidade do produto, não me cabe aqui discutir, mas pode ser de primeira qualidade, mas é direito do público consumir aquilo que ele bem deseja, aqui é uma democracia e é um absurdo desejarem impor as pessoas alguma cota.
Isso nos faz pensar num debate sobre a liberdade de escolha, muitos assinantes têm pacotes em que muitos canais ou poucos são indesejáveis, mas que ele é obrigado a pagar por eles. O mais correto é impor um mínimo de canais para tornar viável oferecer o serviço, mas o consumidor tendo direito de escolher quais os canais que ele deseja pagar.
O cineasta brasileiro caso deseja mercado tem de mudar ou ele se adéqua ao público ou o público o boicota.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Cotas para cineastas preguiçosos


"Nova lei da TV paga fará indústria ser mais forte", diz Fernando Meirelles

10/06/2012
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Autor: ALBERTO PEREIRA JR.
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 Uma semana após a publicação das últimas instruções normativas da Lei 12.485/2011, que fixa diretrizes para a TV paga no Brasil (veja detalhes acima), produtoras independentes comemoram o novo marco regulatório do setor.
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Para elas, o estabelecimento de cotas obrigatórias de conteúdo nacional estimulará os negócios, já que ao menos 50% da faixa reservada a obras brasileiras deverão ser preenchidos por trabalhos de empresas independentes.
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A íntegra da reportagem publicada na Folha deste domingo está disponível para assinantes do jornal e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
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Fernando Meirelles, sócio da O2 Filmes, uma das maiores produtoras independentes do país, se mostra entusiasmado com a nova lei da TV paga.
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Leia a entrevista dele à Folha.
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Folha - A demanda por conteúdo nacional já aumentou com a nova lei da TV paga?
Fernando Meirelles - No ato e imediatamente [risos]. Tivemos solicitações de praticamente todos os canais a cabo. Mandamos e-mail para todos os colaboradores da casa. De 54 projetos que vieram deles, selecionamos 32 e apresentamos para algumas emissoras na virada do ano.

Era necessária a criação da lei para fomentar o mercado?
Certamente. A maioria das emissoras de TV a cabo é filial de matrizes americanas. Para elas, é mais conveniente pegar um produto que é bom e está pronto, dublar ou legendar e exibir sem custo.
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 O que muda com a lei?
As TVs são obrigadas a usar parte do seu faturamento em produção local. Essa lei vai ter o mesmo impacto que a Lei do Audiovisual [criada em 1993] teve no cinema. O Brasil fazia seis filmes por ano, veio a nova regra e, só em 2011, fizemos 105 longas. Foi a década de montagem da indústria. Não tenho dúvida de que, com a nova lei da TV paga, em dez anos vamos ter uma geração de programas muito mais forte.
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Como os diretores de canais a cabo reagiram?
Conversei com alguns executivos. É claro que teve um momento de reclamação, mas todos estão confiantes e, acho eu, muito mais estimulados a produzir.
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O público quer ver os artistas brasileiros na TV paga?
Sim, mas não só isso. Tem o interesse de ver o próprio país.De ver a sociedade, ao invés de Dubai ou Xangai... As pessoas querem assistir a programas sobre São Paulo, sobre nossas cidades As maiores audiências da TV a cabo são de programas brasileiros. O que dá mais certo na TV a cabo são os programas feitos aqui. É uma situação boa para todo mundo: incentiva o mercado, cria cultura e a produção e as TVs ganham mais audiência.
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Qual gênero tem recebido mais encomenda?
Tem um pouquinho de tudo. Apresentamos projetos de ficção para o GNT, ligados à Copa do Mundo. É um belo momento para quem tem projeto e para quem acabou de se formar e precisa trabalhar. É um marco na televisão e no audiovisual brasileiros.
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A tendência é um crescimento maior de dramaturgia?
Com certeza. Mais trabalho e oportunidades para atores e diretores. "Os Contos de Edgar", que estamos fazendo para o FX, é dramaturgia. São histórias baseadas nos contos de Edgar Allan Poe.

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Quais outros projetos já estão fechados com a TV paga?
A Discovery estava procurando caras brasileiras para o seu elenco. Então, levamos um projeto de um jornalista meio aventureiro, chamado Fábio Lamanchia. É um cara que tem uma vida diferentona, viajando o Brasil. Temos o "360", que é uma coincidência com o nome do meu novo longa-metragem, para a NatGeo. Vai ser uma série de programas meio jornalísticos, um "doc reality", sobre problemas bem pungentes, como crack, educação, manejo sustentável de floresta, soja. Cada um dos temas é tratado de todos os pontos de vistas por meio de personagens.
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Quais são os meios que a O2 usa para captar recursos para suas produções?
A gente faz cinema, TV, TV a cabo e internet. Onde há uma brecha, temamos captar. Nunca usamos lei Rouanet, por exemplo. É uma lei supercomplicada. Por mexermos com publicidade, fazemos muitos projetos que são bancados com dinheiro não incentivado. O filme "Xingu", por exemplo, contou com R$ 8 milhões de dinheiro não incentivado da Natura, da Fiat e da Globo. Os projetos que estamos fazendo com os canais Fox, "Os Contos de Edgar" e "360" não tem dinheiro de lei, é da própria Fox. Abrimos uma porta. As pessoas acreditam no negócio e passam a investir.

Comentário: Por que não consultaram o público, o principal interessado? Querem impor um produto para ele consumir.
A justificativa é incentivar o conteúdo nacional que segundo eles é discriminado pelas operadoras e até canais de televisão.  
Já existe o canal Brasil, a TV Cultura, a TV Brasil para exibirem uma programação de conteúdo nacional, os dois últimos são da TV aberta para qualquer brasileiro poder assistir. Notemos que a audiência ali é quase zero. Audiências baixíssimas.
Se não existe é exibido tanto quanto gostariam, é porque o público não gosta (qualidade duvidosa) e portanto não dá retorno. Simplesmente assim. Em vez desses VAGABUNDOS se esforçarem para ofertarem um produto diferente a população, com mais cuidado não querem acabar com a liberdade do consumidor. Muito mais útil seria acabar com os pacotes de TV a cabo e deixar a livre escolha.
Fernando Meirelles falou que as operadoras por economia enviam enlatados para o Brasil, já prontos, mas esquece eles, que muitas séries se não chegam no Brasil, acaba se baixando pela internet.
Em outra entrevista, Fernando Meirelles culpou os blockbusters pelo fracasso do filme “Xingu” que ele produziu. Muito mais fácil culpar o americano, o grande filme, do que aceitar que o filme que se produziu para o público, não era o que ele desejava.
Hora dele rever suas posições e oferecer ao público aquilo que ele deseja, é uma relação de consumo, só que com imagens caso queira ser prestigiado por este.
Acontece que estamos criando uma classe de parasitas mamadores do dinheiro: os cineastas.
O governo dá verbas, cria cotas e eles oferecem o lixo que quiserem sem se preocupar com o público.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Um lixo chamado: Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios


Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios é um filme brasileiro do gênero drama, dirigido por Beto Brant, lançado em 20 de abril de 2012.

Cauby (Gustavo Machado) tem 40 anos, trabalha como fotógrafo de uma revista semanal e resolveu trocar São Paulo pelo interior do Pará. Cético em relação ao amor e devotado à beleza, ele encontra num lindo cenário amazônico a bela e instável Lavínia (Camila Pitanga), mulher do pastor Ernani (Zecarlos Machado), homem que acredita ser possível consertar as contradições humanas. Mas no interior do país ainda existem lugares onde a honra se lava com sangue e Cauby não imaginava que acabaria envolvido num triângulo amoroso imprevisível, fazendo com que ele perdesse o controle da própria vida.

"Os artistas e os poetas devem ser obrigados, a introduzir em suas obras a representação dos bons costumes, para preservar o povo de ser criado no meio de imagens viciadas como se fora no meio de ervas daninhas, colhendo muitas delas, um pouco a cada dia, e delas se nutrindo, contraiam, por fim, uma grande enfermidade na alma." (PLATÃO, A República)
A arte costuma apelar para os sentimentos quando deveria apelar para a virtude, para a razão, a parte realmente saudável no homem. 

Um filme não deve de maneira alguma apoiar um triangulo amoroso, traição, mentira, discórdia, sua função deve ser o de apoiar a instituição família, do fortalecimento dos laços entre os membros que os fazem fortes, do homem racional suportando serenamente as adversidades.

O que um triangulo vai me ajudar? Se vê o triangulo, as putarias e as briguinhas, sairei talvez se toque punheta ou se indigne ou até se ache lindo um casal junto. Coisa de novela rasteira.
Essas tramas buscam fazer apelo as partes baixas do homem que em nada o ajuda, talvez só o atrapalha, quando se deve buscar na razão e na virtude a conduta, criticando qualquer forma de arte que não mostre a virtude e nem seja útil as pessoas.

Algumas afirmações de Platão


Os poetas devem introduzir nas suas obras a representação dos bons costumes. (PLATÃO, A República, Ed. Escala, p. 106)

Os artistas não devem introduzir na sua arte a maldade, o desregramento, a mesquinhez, a indecência. (PLATÃO, A República, Ed. Escala, p. 106)

Os artistas e os poetas devem ser obrigados, a introduzir em suas obras a representação dos bons costumes, para preservar o povo de ser criado no meio de imagens viciadas como se fora no meio de ervas daninhas, colhendo muitas delas, um pouco a cada dia, e delas se nutrindo, contraiam, por fim, uma grande enfermidade na alma. (PLATÃO, A República, Ed. Escala, p.106)

Filmando livro da "contracultura"

On the Road no Brasil conhecido como Pé na Estrada é considerado a obra-prima de Jack Kerouac, um dos principais expoentes da Geração Beat estadunidense, sendo uma grande influência para a juventude dos anos 60, que colocava a mochila nas costas e botava o pé na estrada. Foi lançado nos Estados Unidos da América pela primeira vez em 1957. O livro influenciou a "contracultura"
Esse livro recebeu uma adapção para o cinema nas mãos do Picareta do diretor brasileiro, Walter Salles.
Nova Iorque, antes de 1940. Depois da morte de seu pai, Sal Paradise, um aspirante de 23 anos, conhece Dean Moriarty, um ex-prisioneiro de 20 anos com uma moral flexível e um charme devastador. Dean é fascinado pela obsessão de Sal por escrever. Sal é fascinado com a liberdade de Dean. Eles passam suas noites sonhando sobre um outro mundo, formando uma amizade que vai faze-los rodar por todo os Estados Unidos. Depois de passar um tempo da casa de Bull Lee em Louisiana, Sal, Dean e sua jovem esposa Marylou formaram um trio feliz, viajando e curtindo a liberdade. O elenco conta com Sam Riley, Garrett Hedlund e Kristen Stewart nos papéis principais.
A “contracultura” dos anos 60, enquanto pura expressão do protesto juvenil ante um mundo complexo demais, a contracultura podia até exercer alguma função positiva, como estímulo crítico à renovação do legado milenar que legitimava, cada vez mais da boca para fora, a cultura dominante. Transmutada ela própria em cultura dominante, a onda contracultural cristaliza-se em inversão compulsiva, mecânica e burra, de todos os valores e de todos os príncípios. No prazo de uma geração, os mais altos conhecimentos, as mais ricas e delicadas funções da inteligência, os valores mais essenciais da racionalidade, da moral e das artes cedem lugar à repetição maquinal de slogans e chavões carregados de ódios insensatos e apelos chantagistas, boa somente para despertar aquela obediência servil extremada que, para maior satisfação do manipulador, se camufla sob afetaçôes de espontaneidade e até de rebeldia no instante mesmo em que tudo cede às injunções de cima. Transmutado ele próprio em estereótipo, o inconformismo torna-se o pretexto oficial do conformismo mais extremo e mais abjeto, aquele que não se contenta em obedecer, mas procura mostrar serviço, agradar, bajular.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Lixo que se acha gênio

'Cinema brasileiro é feito por babacas', diz cineasta Claudio Assis
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Diretor lança 'Febre do rato' para mostrar que não é violento: 'Sou poesia'. 
Ele critica a comédia 'E aí... Comeu?', que estreia também nesta sexta-feira.
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Claudio Assis fez um filme de resposta. Um de seus desejos remete à postura de Zagallo, ex-técnico da seleção brasileira de futebol, em 1997, na Copa América. “Agora vão ter que me engolir. Vocês não queriam que eu contasse as histórias de forma diferente? Estou fazendo poesia. É isso que eu sou, um poeta”, afirma o diretor, em entrevista ao G1 para divulgação de "Febre do rato", que estreia nesta sexta-feira (22), em São Paulo, no Rio e no Recife.
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Em seu terceiro longa, ele se defende do estigma de ser provocador e violento, adjetivos com os quais se recusa a concordar. Para o cineasta, violência é permitir a veiculação em nível nacional de um filme como “E aí... Comeu?”, de Felipe Joffily, que estreia na sexta. “É isso que está educando a sociedade? Isso é nojeira, excrescência, escraviza o olhar. Esse povo [cineastas] é desnecessário.”
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As estilingadas miram a produção nacional. “O cinema é feito por babacas, muito pior do que filhos da p... Tem muita coisa boa sendo produzida no Ceará, em Pernambuco, mas sem acesso. Não faço cinema pra comprar um apartamento na Avenida Vieira Souto, no Rio. Cinema não é vender Coca-Cola", assevera.
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Destaque no Festival de Paulínia
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No filme, Zizo, personagem principal, é um poeta anarquista que vive de divulgar suas ideias no jornal que ele mesmo produz. A expressão popular típica do Nordeste brasileiro que dá nome ao filme batiza o fanzine do protagonista. “Febre do rato” significa algo que está fora do controle. As convicções do protagonista são abaladas quando ele conhece Eneida, uma jovem de 18 anos, por quem se apaixona.
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A nova produção arrebatou oito prêmios no Paulínia Festival de Cinema, em 2011. Muito se vê do diretor no personagem principal, incorporado por Irandhyr Santos, novo coringa nos trabalhos de Claudio Assis. O cineasta assume que Zizo é uma espécie de autorrepresentação, mas também se projeta no coveiro apaixonado por um travesti, vivido por Matheus Nachtergaele. "Sou o cara que cobra atitude, mudança. Sou o poeta, quero transar com a linda e gostosa, mas também posso sentir amor por um travesti."
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O tom elevado nas respostas dá lugar à voz embargada e ao choro quando o diretor endossa o que pretende com o filme. “Fico emocionado, porque os que me criticam são uns medíocres. O que eu quero é falar com a juventude. Fiz pra eles, para cobrar mudança, atitude. Cinema é caráter.” Ele sonha que “Febre do rato" tenha repercussão numérica. “Amarelo manga” (2002) e “Baixio das bestas” (2006) foram recebidos com mais estranheza do que bilheteria. “Se esse filme der certo, vai ter uma explosão de cinema neste país. Quero muito que as pessoas vejam, se interessem. É um filme libertário.”
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Novo de novo
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Nudez, sexo e drogas seguem presentes no terceiro longa do diretor, agora encapado com poesia, vestimenta reforçada pela escolha do preto e branco nas imagens. A fotografia de Walter Carvalho impõe um novo olhar sobre Recife, onde o filme foi rodado. “Se fosse colorido, ninguém conseguiria ver a beleza do que nós queríamos mostrar. É uma produção pra ser vista e revista”, explica o diretor.
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Matheus Nachtergaele faz a sua terceira parceria com Assis. Para ele, a recente produção reafirma as ideias que o diretor propaga desde o início da carreira. “O cinema do Claudio é uma bela raiva. Estamos repetindo tudo que gritamos desde 'Amarelo manga'. Fazemos isso à exaustão há dez anos e ainda precisamos berrar. Não entendo a razão das pessoas se chocarem com esses filmes. Nossa poesia está cercada e o livre amor também. Vivemos um momento perigoso.”

"Febre do rato" exige o amor em suas múltiplas formas e combinações. Seminu, o protagonista passa boa parte do filme transando com mulheres mais idosas e recitando poemas nos diálogos que mantém com os demais personagens.
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Irandhyr Santos revela que precisou entender para quem, quando e como tinham sido feitas as poesias, escritas ao longo de anos pelo roteirista Hilton Lacerda. “Estava com dificuldade de representar o personagem. Foi o mais complexo da minha carreira. Pedi ajuda ao Hilton para compreender o contexto do que ele produziu. Só assim eu consegui me apropriar das falas", comenta o ator, que também buscou referências nas músicas dos cantores Otto e Lirinha.
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As cenas de sexo explícito, masturbação e o próprio nu frontal pouco afetam quem escolhe trabalhar com Claudio Assis. "Não coloco uma vagina ou um pênis na tela porque eu quero. É para contar uma história. As pessoas se chocam com isso por qual razão? Todo mundo têm, nasceu assim. Fellini [cineasta italiano] já usava o realismo."
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Mariana Nunes é novata no elenco. Sempre admirou o cineasta, mas questionava se conseguiria entendê-lo caso viessem a trabalhar juntos. “É desafiador. Ele me cobrava transparência, verdade. Provoca o ator de uma forma estimulante, exigindo entrega. Sinto que consegui compreender e dar conta.” Ela faz o papel de Rosângela, uma mulher que mora com o namorado traficante e mais dois rapazes – com os quais também mantém relações afetivas e sexuais – em uma fábrica abandonada. Todos eles são amigos do poeta Zizo.
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Coletivo de profissionais
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Após 10 anos na estrada, Claudio formou uma espécie de coletivo de profissionais graúdos com quem gosta e quer de trabalhar. A relação de fidelidade é uma via de mão dupla. Dira Paes não pôde assumir um papel por conta de agenda, mas ao visitar o set das filmagens, participou de uma das cenas de "Febre do rato".
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“O Matheus e a Dira são amigos, irmãos. Tem um preço alto o cinema que faço. Eu queria muito poder pagar a grana que eles merecem, mas não tenho verba pra isso. Você acha que é fácil ser quem eu sou?” Nachtergaele dá de ombros ao cachê que recebe por tais produções. “Trabalhar com o Claudio é um momento de revisão da nossa trajetória. Um encontro para pensar e fazer o que entendemos sobre cinema”, explica. Para esse grupo, o diretor não tem excessos. Como diz o poema de João Cabral de Mello Neto, conterrâneo do diretor, “Uma faca só lâmina”.
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 Comentário No décimo livro da República, de Platão, a arte é relacionada à mentira, pois, segundo o filósofo, ela imita a aparência, sendo cópia da cópia, estando, por isso, a três longos passos da verdade. Mas como é impossível que se impeça alguém de nascer poeta, Platão vai sacrificar severamente os direitos do artista às exigências da sociedade, ameaçando de expulsão da cidade aqueles artistas que não empregarem apenas os meios necessários aos bons modos da República. Platão deseja que o Estado use a arte para modelar a alma dos seus cidadãos, por isso o trabalho artístico deve, segundo ele, ser supervisionado e controlado. Do contrário, é melhor que não exista.


Querem nos obrigar a assistir lixo nacional

Ano passado, 99 títulos nacionais chegaram às salas brasileiras, um recorde dentro da retomada – iniciada em 1995 com o lançamento de Carlota Joaquina – Princesa do Brasil. Nos cinemas, a fatia de mercado dos filmes nacionais também cresceu: passou de 24% em 2008, para 29% em 2011. Nas TVs, o espaço dedicado às produções brasileiras caiu de 14,7% para 13,8% no mesmo período.
Os únicos canais a exibir filmes nacionais em 2011 foram Globo, Cultura e TV Brasil. Detentor do pacote da Warner no Brasil, o SBT exibiu no ano passado 272 produções internacionais, mas nenhum filme brasileiro. Além dos canais citados, foram avaliados pela ANCINE as emissoras Bandeirantes, CNT, MTV Brasil, Record, RedeTV!, e TV Gazeta.
Atualmente, tramita no Senado uma proposta da deputada federal Jandira Feghali (PC do B/RJ) que fixa cotas para exibição de filmes nacionais na TVs abertas. Representantes do setor audiovisual defendem um mecanismo nos moldes do existente na Lei 12.485, que estabelece uma cota para conteúdo nacional nos canais por assinatura.
Sabe porquê os donos de emissora não colocam cinema nacional? Porque não dá ibope, ninguém vai querer ver, existe canais que passam muitos filmes nacional como a Tv Brasil e a Tv cultura e pergunta qual o IBOPE, baixissimo.  Garanto que se a cultura exibisse  filmes como do Homem-Aranha, aumentaria o IBOPE, o que atrapalha a cultura é seu ufanismo tolo.
Não adianta tentar obrigar a população a assistir lixo de filme nacional, porque a população com o controle remoto desliga a televisão e vai ver DVD ou Tv a cabo.
A causa do baixo prestigio do cinema nacional, não tem nada haver com o monopólio norte-americano, que existe como fruto da incopetência e miopia dos cineastas brasileiros em apostar em vários gêneros de filmes e os executar com mais qualidade.

Contra o lixo do "Paraísos Artificiais"


O filme “Tropa de Elite” dirigido pelo José Padilha, com roteiro de Rodrigo Rodrigues Pimentel ex-capitão do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), o filme retrata com uma dose realismo a situação da segurança pública do Rio de Janeiro, mas que infelizmente essa situação se repete em quase todo o país. O filme no fim trata da realidade brasileira.
Num filme em que não houve apologia a criminalidade (acabou sendo taxado de fascista), vê ao longo da produção a corrupção de certos elementos da policia e seu descaso com a segurança do cidadão, da segurança pública sucateada e de esforços isolados pela segurança pública, das ONGs e sua conexão com o tráfico, de estudantes que fazem passeata pela paz, mas financiam o tráfico e etc. É um filme muito rico que merece uma atenção especial.
É uma joia rara num lodaçal que é a cinematografia brasileira que devota em fazer apologia aos bandidos e as drogas.
E é essa a temática principal do filme “Paraísos Artificiais” de Marcos Prado com produção do José Padilha.
Paraísos Artificiais conta a história de amor de Nando e Érika, dois jovens de seus 20 e poucos anos, que se encontram e desencontram através do tempo. Tendo como pano de fundo o universo das mega raves (com uso de drogas) e das festas de música eletrônica. Com direito a final feliz.
Para tentar atrair o público Marcos Prado foi cuidadoso na escolha do elenco principal que é formado por Nathalia Dill, Luca Bianchi, Lívia de Bueno, escolha atenta quanto a estética deles (não talento), o filme foi regado a cenas de sexo, música eletrônica e belas paisagens, tudo para o jovem inculto se sentir atraído e gostar do filme, mas este não avalia o lado negativo, a apologia as drogas.
São personagens vazios que vivem uma vida hedonista, mas o protagonista Luca Bianchi interpreta o papel de uma figura nefasta para a sociedade, o traficante de drogas. Os jovens acham que estão captando com facilidade as angústias da sociedade e estão tendo uma sinestesia, quando vivem um mundo de ilusão ao usarem drogas.
Não vejo um retrato crítico do mundo das drogas, mas a apologia ao hedonismo e a vida ilusória que é o consumo de drogas.
Não sou contra ao cinema, mas jamais apoiaria a apologia ao que existe de negativo na sociedade o consumo de drogas que pode ter efeito na cabeça fraca de jovens voluntariosos, hedonistas que não tem o domínio da razão.
O filme busca a mensagem as partes inferiores das pessoas, aonde o desejo domina para dizer que é legal usar drogas e fazer sexo sem compromisso, que isso vai te dar uma vida realizada.
Mas fico feliz pelo público não ter prestigiado esse filme preferndo “Os Vingadores” que se não é um filme profundo (como diz os pseudo-intelectuais), mas trouxe mensagens negativas a juventude, sendo um entretenimento sadio. 


                                     Parece uma paródia pornô do Avatar. kkkkkkkk

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Contra as pretensões intelectuais do cinema


A “Teoria das Ideias” platônica surgiu para explicar primeiramente o problema colocado por Sócrates sobre definições. Em seu desenvolvimento foi necessário estabelecer as ideias como unificadoras dos múltiplos objetos dados nas sensações (representações do olfato, paladar, visão, audição e tato), que sozinhos não são suficientes para explicar as representações desses objetos e sua essência.

Platão divide, assim, a realidade em dois universos distintos: o inteligível e o sensível. O primeiro contém as formas puras, as essências e o fundamento da existência dos seres do segundo. Assim, tanto os seres da natureza quanto os homens são cópias sensíveis de modelos originais inteligíveis.

É a partir disso que Platão faz sua crítica à arte. Cada ser particular participa das ideias (a participação é a relação entre o todo e as partes) sem se confundir com elas, que são, pois, absolutas. O mundo é uma cópia do real e esse afastamento do verdadeiro já é uma Dessemelhança, ainda que natural. Entretanto, Platão julga a arte como imitação, capaz de enganar, uma vez que a realidade sensível já é uma imitação do inteligível. A arte afasta ainda mais do real, pois imita a cópia. A imitação da cópia é o que Platão chama de Simulacro, que introduz uma desmedida maior do que a própria existência do mundo natural.
A arte não reproduz o mundo, ela cria uma falsificação ou simulação daquilo que ela acha que é real. O cinema não é algo que apresenta o mundo tal qual ele é, como diz nossos cineastas metidos a intelectuais, as histórias deles são cheio de fantasias concebidas pela imaginação, pouco verossímeis.

Pouco os filmes que conseguem reproduzir a realidade, quando se baseiam em fatos reais, mas a maioria são cheio de falsificações e licença poética. O que é o cinema senão um mero entretenimento para a diversão.

A função de conscientizar as pessoa de sua real condição é de ninguém mais do que a filosofia e sociologia. O cinema e afins são para diversão, em nada representando o mundo real.

domingo, 22 de julho de 2012

Queda do Público no cinema


Cinema brasileiro perdeu bilheteria em 2011

30 de janeiro de 2012

Mesmo com o maior volume de lançamentos da última década, o cinema nacional não conseguiu manter em 2011 o bom desempenho de bilheteria e receita apresentado em 2010. Segundo balanço da Agência Nacional (Ancine), o número de filmes nacionais que chegaram aos cinemas teve um incremento de 32%, pulando de 75 filmes em 2010 para 99 no ano passado.

O maior número de títulos, no entanto, não representou mais sucesso para as produções, que tiveram quedas de 30% em número de ingressos vendidos e em receita. Em termos de bilheteria, o número passou de 25,68 milhões para 17,87 milhões. Já a arrecadação recuou de R$ 225,95 milhões em 2010 para R$ 163,27 milhões em 2011. O preço médio dos ingressos para filmes nacionais em 2011 ficou em R$ 9,14.
De acordo com a Ancine, a queda nos números de 2011 está relacionada à falta de grandes sucessos de bilheteria, como 'Tropa de Elite 2' e 'Nosso Lar' em 2010. O melhor desempenho do ano foi o filme De Pernas Pro Ar, com três milhões de espectadores e R$ 27,5 milhões de receita. Os filmes nacionais responderam por 12,42% dos ingressos vendidos no país em 2011 - em 2010, a participação tinha chegado a 19,05%.

De acordo com a Ancine, o cinema no Brasil teve um crescimento de 6,75% na venda de ingressos e de 13,5% em receita. Ao todo, foram 143,89 milhões de ingressos vendidos e R$ 1,43 bilhão de faturamento. O filme 'Amanhecer - Parte 1', da Saga Crepúsculo, foi o campeão de bilheteria: sete milhões de espectadores e R$ 65,1 milhões de renda.
O preço médio dos ingressos ficou em R$ 9,99, 6,84% a mais do que em 2010. Nos filmes estrangeiros, o valor foi um pouco mais alto, R$ 10,11. Segundo a Ancine isso se deve ao valor mais alto cobrado nos ingressos para filmes em 3D.



Decepção de público


14 de maio de 2012

Os filmes nacionais continuam sem cair no gosto popular. Depois de seis semanas, o caro Xingu atraiu apenas 338 150 espectadores aos cinemas.

Paraísos Artificiais de Marcos Prado segue a mesma tendência. Após 11 dias exibido em 221 salas, foi visto por apenas 194 500 pessoas.


http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/cultura/xingu-e-paraisos-artificiais-decepcao-de-publico/


Cinema brasileiro perdeu público

 
22 de julho de 2012

 
Reportagem do jornal Valor Econômico desta semana registra que as produções cinematográficas nacionais perderam mercado em comparação com o primeiro semestre de 2011. No ano passado, quatro obras brasileiras já haviam ultrapassado os 1 milhão de espectadores no período. “E Aí… Comeu?”, de Felipe Joffily, foi o único filme a atingir a marca neste ano. 
 

O resultado significou uma queda no market share do cinema brasileiro, de 11,9% no primeiro semestre de 2011 para 5,1% no mesmo período de 2012, enquanto o público total de cinema no país teve leve alta de 2,5% nos primeiros seis meses do ano. Produções como “Xingu” e “Paraísos Artificiais” decepcionaram na bilheteria. 
 

Para Jorge Peregrino, presidente do Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas do Município do Rio de Janeiro, não aconteceu nada extraordinário nos primeiros seis meses do ano. “Cinema, guardadas as devidas proporções, é igual à televisão e a todas as cinematografias mundiais. Se a novela não é boa, o ibope cai. Se os filmes não atingem ou não são aquilo que o público quer, o mercado cai”, diz Peregrino. “Se alguém soubesse a fórmula para produzir sucessos perenemente seria um gênio.” 
 

Wilson Feitosa, da distribuidora Vinny, também afirma que a flutuação é normal no cinema, mas as produções brasileiras, além de não caírem no gosto do público, ainda enfrentaram muita concorrência de grandes franquias norte-americanas. Atualmente, das 2.446 salas que existem no Brasil, 844 estão ocupadas por “A Era do Gelo 4? e 814 por “O Espetacular Homem-Aranha”.