terça-feira, 31 de julho de 2012

Um lixo chamado: Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios


Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios é um filme brasileiro do gênero drama, dirigido por Beto Brant, lançado em 20 de abril de 2012.

Cauby (Gustavo Machado) tem 40 anos, trabalha como fotógrafo de uma revista semanal e resolveu trocar São Paulo pelo interior do Pará. Cético em relação ao amor e devotado à beleza, ele encontra num lindo cenário amazônico a bela e instável Lavínia (Camila Pitanga), mulher do pastor Ernani (Zecarlos Machado), homem que acredita ser possível consertar as contradições humanas. Mas no interior do país ainda existem lugares onde a honra se lava com sangue e Cauby não imaginava que acabaria envolvido num triângulo amoroso imprevisível, fazendo com que ele perdesse o controle da própria vida.

"Os artistas e os poetas devem ser obrigados, a introduzir em suas obras a representação dos bons costumes, para preservar o povo de ser criado no meio de imagens viciadas como se fora no meio de ervas daninhas, colhendo muitas delas, um pouco a cada dia, e delas se nutrindo, contraiam, por fim, uma grande enfermidade na alma." (PLATÃO, A República)
A arte costuma apelar para os sentimentos quando deveria apelar para a virtude, para a razão, a parte realmente saudável no homem. 

Um filme não deve de maneira alguma apoiar um triangulo amoroso, traição, mentira, discórdia, sua função deve ser o de apoiar a instituição família, do fortalecimento dos laços entre os membros que os fazem fortes, do homem racional suportando serenamente as adversidades.

O que um triangulo vai me ajudar? Se vê o triangulo, as putarias e as briguinhas, sairei talvez se toque punheta ou se indigne ou até se ache lindo um casal junto. Coisa de novela rasteira.
Essas tramas buscam fazer apelo as partes baixas do homem que em nada o ajuda, talvez só o atrapalha, quando se deve buscar na razão e na virtude a conduta, criticando qualquer forma de arte que não mostre a virtude e nem seja útil as pessoas.

Algumas afirmações de Platão


Os poetas devem introduzir nas suas obras a representação dos bons costumes. (PLATÃO, A República, Ed. Escala, p. 106)

Os artistas não devem introduzir na sua arte a maldade, o desregramento, a mesquinhez, a indecência. (PLATÃO, A República, Ed. Escala, p. 106)

Os artistas e os poetas devem ser obrigados, a introduzir em suas obras a representação dos bons costumes, para preservar o povo de ser criado no meio de imagens viciadas como se fora no meio de ervas daninhas, colhendo muitas delas, um pouco a cada dia, e delas se nutrindo, contraiam, por fim, uma grande enfermidade na alma. (PLATÃO, A República, Ed. Escala, p.106)

Filmando livro da "contracultura"

On the Road no Brasil conhecido como Pé na Estrada é considerado a obra-prima de Jack Kerouac, um dos principais expoentes da Geração Beat estadunidense, sendo uma grande influência para a juventude dos anos 60, que colocava a mochila nas costas e botava o pé na estrada. Foi lançado nos Estados Unidos da América pela primeira vez em 1957. O livro influenciou a "contracultura"
Esse livro recebeu uma adapção para o cinema nas mãos do Picareta do diretor brasileiro, Walter Salles.
Nova Iorque, antes de 1940. Depois da morte de seu pai, Sal Paradise, um aspirante de 23 anos, conhece Dean Moriarty, um ex-prisioneiro de 20 anos com uma moral flexível e um charme devastador. Dean é fascinado pela obsessão de Sal por escrever. Sal é fascinado com a liberdade de Dean. Eles passam suas noites sonhando sobre um outro mundo, formando uma amizade que vai faze-los rodar por todo os Estados Unidos. Depois de passar um tempo da casa de Bull Lee em Louisiana, Sal, Dean e sua jovem esposa Marylou formaram um trio feliz, viajando e curtindo a liberdade. O elenco conta com Sam Riley, Garrett Hedlund e Kristen Stewart nos papéis principais.
A “contracultura” dos anos 60, enquanto pura expressão do protesto juvenil ante um mundo complexo demais, a contracultura podia até exercer alguma função positiva, como estímulo crítico à renovação do legado milenar que legitimava, cada vez mais da boca para fora, a cultura dominante. Transmutada ela própria em cultura dominante, a onda contracultural cristaliza-se em inversão compulsiva, mecânica e burra, de todos os valores e de todos os príncípios. No prazo de uma geração, os mais altos conhecimentos, as mais ricas e delicadas funções da inteligência, os valores mais essenciais da racionalidade, da moral e das artes cedem lugar à repetição maquinal de slogans e chavões carregados de ódios insensatos e apelos chantagistas, boa somente para despertar aquela obediência servil extremada que, para maior satisfação do manipulador, se camufla sob afetaçôes de espontaneidade e até de rebeldia no instante mesmo em que tudo cede às injunções de cima. Transmutado ele próprio em estereótipo, o inconformismo torna-se o pretexto oficial do conformismo mais extremo e mais abjeto, aquele que não se contenta em obedecer, mas procura mostrar serviço, agradar, bajular.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Lixo que se acha gênio

'Cinema brasileiro é feito por babacas', diz cineasta Claudio Assis
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Diretor lança 'Febre do rato' para mostrar que não é violento: 'Sou poesia'. 
Ele critica a comédia 'E aí... Comeu?', que estreia também nesta sexta-feira.
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Claudio Assis fez um filme de resposta. Um de seus desejos remete à postura de Zagallo, ex-técnico da seleção brasileira de futebol, em 1997, na Copa América. “Agora vão ter que me engolir. Vocês não queriam que eu contasse as histórias de forma diferente? Estou fazendo poesia. É isso que eu sou, um poeta”, afirma o diretor, em entrevista ao G1 para divulgação de "Febre do rato", que estreia nesta sexta-feira (22), em São Paulo, no Rio e no Recife.
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Em seu terceiro longa, ele se defende do estigma de ser provocador e violento, adjetivos com os quais se recusa a concordar. Para o cineasta, violência é permitir a veiculação em nível nacional de um filme como “E aí... Comeu?”, de Felipe Joffily, que estreia na sexta. “É isso que está educando a sociedade? Isso é nojeira, excrescência, escraviza o olhar. Esse povo [cineastas] é desnecessário.”
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As estilingadas miram a produção nacional. “O cinema é feito por babacas, muito pior do que filhos da p... Tem muita coisa boa sendo produzida no Ceará, em Pernambuco, mas sem acesso. Não faço cinema pra comprar um apartamento na Avenida Vieira Souto, no Rio. Cinema não é vender Coca-Cola", assevera.
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Destaque no Festival de Paulínia
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No filme, Zizo, personagem principal, é um poeta anarquista que vive de divulgar suas ideias no jornal que ele mesmo produz. A expressão popular típica do Nordeste brasileiro que dá nome ao filme batiza o fanzine do protagonista. “Febre do rato” significa algo que está fora do controle. As convicções do protagonista são abaladas quando ele conhece Eneida, uma jovem de 18 anos, por quem se apaixona.
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A nova produção arrebatou oito prêmios no Paulínia Festival de Cinema, em 2011. Muito se vê do diretor no personagem principal, incorporado por Irandhyr Santos, novo coringa nos trabalhos de Claudio Assis. O cineasta assume que Zizo é uma espécie de autorrepresentação, mas também se projeta no coveiro apaixonado por um travesti, vivido por Matheus Nachtergaele. "Sou o cara que cobra atitude, mudança. Sou o poeta, quero transar com a linda e gostosa, mas também posso sentir amor por um travesti."
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O tom elevado nas respostas dá lugar à voz embargada e ao choro quando o diretor endossa o que pretende com o filme. “Fico emocionado, porque os que me criticam são uns medíocres. O que eu quero é falar com a juventude. Fiz pra eles, para cobrar mudança, atitude. Cinema é caráter.” Ele sonha que “Febre do rato" tenha repercussão numérica. “Amarelo manga” (2002) e “Baixio das bestas” (2006) foram recebidos com mais estranheza do que bilheteria. “Se esse filme der certo, vai ter uma explosão de cinema neste país. Quero muito que as pessoas vejam, se interessem. É um filme libertário.”
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Novo de novo
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Nudez, sexo e drogas seguem presentes no terceiro longa do diretor, agora encapado com poesia, vestimenta reforçada pela escolha do preto e branco nas imagens. A fotografia de Walter Carvalho impõe um novo olhar sobre Recife, onde o filme foi rodado. “Se fosse colorido, ninguém conseguiria ver a beleza do que nós queríamos mostrar. É uma produção pra ser vista e revista”, explica o diretor.
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Matheus Nachtergaele faz a sua terceira parceria com Assis. Para ele, a recente produção reafirma as ideias que o diretor propaga desde o início da carreira. “O cinema do Claudio é uma bela raiva. Estamos repetindo tudo que gritamos desde 'Amarelo manga'. Fazemos isso à exaustão há dez anos e ainda precisamos berrar. Não entendo a razão das pessoas se chocarem com esses filmes. Nossa poesia está cercada e o livre amor também. Vivemos um momento perigoso.”

"Febre do rato" exige o amor em suas múltiplas formas e combinações. Seminu, o protagonista passa boa parte do filme transando com mulheres mais idosas e recitando poemas nos diálogos que mantém com os demais personagens.
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Irandhyr Santos revela que precisou entender para quem, quando e como tinham sido feitas as poesias, escritas ao longo de anos pelo roteirista Hilton Lacerda. “Estava com dificuldade de representar o personagem. Foi o mais complexo da minha carreira. Pedi ajuda ao Hilton para compreender o contexto do que ele produziu. Só assim eu consegui me apropriar das falas", comenta o ator, que também buscou referências nas músicas dos cantores Otto e Lirinha.
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As cenas de sexo explícito, masturbação e o próprio nu frontal pouco afetam quem escolhe trabalhar com Claudio Assis. "Não coloco uma vagina ou um pênis na tela porque eu quero. É para contar uma história. As pessoas se chocam com isso por qual razão? Todo mundo têm, nasceu assim. Fellini [cineasta italiano] já usava o realismo."
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Mariana Nunes é novata no elenco. Sempre admirou o cineasta, mas questionava se conseguiria entendê-lo caso viessem a trabalhar juntos. “É desafiador. Ele me cobrava transparência, verdade. Provoca o ator de uma forma estimulante, exigindo entrega. Sinto que consegui compreender e dar conta.” Ela faz o papel de Rosângela, uma mulher que mora com o namorado traficante e mais dois rapazes – com os quais também mantém relações afetivas e sexuais – em uma fábrica abandonada. Todos eles são amigos do poeta Zizo.
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Coletivo de profissionais
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Após 10 anos na estrada, Claudio formou uma espécie de coletivo de profissionais graúdos com quem gosta e quer de trabalhar. A relação de fidelidade é uma via de mão dupla. Dira Paes não pôde assumir um papel por conta de agenda, mas ao visitar o set das filmagens, participou de uma das cenas de "Febre do rato".
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“O Matheus e a Dira são amigos, irmãos. Tem um preço alto o cinema que faço. Eu queria muito poder pagar a grana que eles merecem, mas não tenho verba pra isso. Você acha que é fácil ser quem eu sou?” Nachtergaele dá de ombros ao cachê que recebe por tais produções. “Trabalhar com o Claudio é um momento de revisão da nossa trajetória. Um encontro para pensar e fazer o que entendemos sobre cinema”, explica. Para esse grupo, o diretor não tem excessos. Como diz o poema de João Cabral de Mello Neto, conterrâneo do diretor, “Uma faca só lâmina”.
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 Comentário No décimo livro da República, de Platão, a arte é relacionada à mentira, pois, segundo o filósofo, ela imita a aparência, sendo cópia da cópia, estando, por isso, a três longos passos da verdade. Mas como é impossível que se impeça alguém de nascer poeta, Platão vai sacrificar severamente os direitos do artista às exigências da sociedade, ameaçando de expulsão da cidade aqueles artistas que não empregarem apenas os meios necessários aos bons modos da República. Platão deseja que o Estado use a arte para modelar a alma dos seus cidadãos, por isso o trabalho artístico deve, segundo ele, ser supervisionado e controlado. Do contrário, é melhor que não exista.


Querem nos obrigar a assistir lixo nacional

Ano passado, 99 títulos nacionais chegaram às salas brasileiras, um recorde dentro da retomada – iniciada em 1995 com o lançamento de Carlota Joaquina – Princesa do Brasil. Nos cinemas, a fatia de mercado dos filmes nacionais também cresceu: passou de 24% em 2008, para 29% em 2011. Nas TVs, o espaço dedicado às produções brasileiras caiu de 14,7% para 13,8% no mesmo período.
Os únicos canais a exibir filmes nacionais em 2011 foram Globo, Cultura e TV Brasil. Detentor do pacote da Warner no Brasil, o SBT exibiu no ano passado 272 produções internacionais, mas nenhum filme brasileiro. Além dos canais citados, foram avaliados pela ANCINE as emissoras Bandeirantes, CNT, MTV Brasil, Record, RedeTV!, e TV Gazeta.
Atualmente, tramita no Senado uma proposta da deputada federal Jandira Feghali (PC do B/RJ) que fixa cotas para exibição de filmes nacionais na TVs abertas. Representantes do setor audiovisual defendem um mecanismo nos moldes do existente na Lei 12.485, que estabelece uma cota para conteúdo nacional nos canais por assinatura.
Sabe porquê os donos de emissora não colocam cinema nacional? Porque não dá ibope, ninguém vai querer ver, existe canais que passam muitos filmes nacional como a Tv Brasil e a Tv cultura e pergunta qual o IBOPE, baixissimo.  Garanto que se a cultura exibisse  filmes como do Homem-Aranha, aumentaria o IBOPE, o que atrapalha a cultura é seu ufanismo tolo.
Não adianta tentar obrigar a população a assistir lixo de filme nacional, porque a população com o controle remoto desliga a televisão e vai ver DVD ou Tv a cabo.
A causa do baixo prestigio do cinema nacional, não tem nada haver com o monopólio norte-americano, que existe como fruto da incopetência e miopia dos cineastas brasileiros em apostar em vários gêneros de filmes e os executar com mais qualidade.

Contra o lixo do "Paraísos Artificiais"


O filme “Tropa de Elite” dirigido pelo José Padilha, com roteiro de Rodrigo Rodrigues Pimentel ex-capitão do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), o filme retrata com uma dose realismo a situação da segurança pública do Rio de Janeiro, mas que infelizmente essa situação se repete em quase todo o país. O filme no fim trata da realidade brasileira.
Num filme em que não houve apologia a criminalidade (acabou sendo taxado de fascista), vê ao longo da produção a corrupção de certos elementos da policia e seu descaso com a segurança do cidadão, da segurança pública sucateada e de esforços isolados pela segurança pública, das ONGs e sua conexão com o tráfico, de estudantes que fazem passeata pela paz, mas financiam o tráfico e etc. É um filme muito rico que merece uma atenção especial.
É uma joia rara num lodaçal que é a cinematografia brasileira que devota em fazer apologia aos bandidos e as drogas.
E é essa a temática principal do filme “Paraísos Artificiais” de Marcos Prado com produção do José Padilha.
Paraísos Artificiais conta a história de amor de Nando e Érika, dois jovens de seus 20 e poucos anos, que se encontram e desencontram através do tempo. Tendo como pano de fundo o universo das mega raves (com uso de drogas) e das festas de música eletrônica. Com direito a final feliz.
Para tentar atrair o público Marcos Prado foi cuidadoso na escolha do elenco principal que é formado por Nathalia Dill, Luca Bianchi, Lívia de Bueno, escolha atenta quanto a estética deles (não talento), o filme foi regado a cenas de sexo, música eletrônica e belas paisagens, tudo para o jovem inculto se sentir atraído e gostar do filme, mas este não avalia o lado negativo, a apologia as drogas.
São personagens vazios que vivem uma vida hedonista, mas o protagonista Luca Bianchi interpreta o papel de uma figura nefasta para a sociedade, o traficante de drogas. Os jovens acham que estão captando com facilidade as angústias da sociedade e estão tendo uma sinestesia, quando vivem um mundo de ilusão ao usarem drogas.
Não vejo um retrato crítico do mundo das drogas, mas a apologia ao hedonismo e a vida ilusória que é o consumo de drogas.
Não sou contra ao cinema, mas jamais apoiaria a apologia ao que existe de negativo na sociedade o consumo de drogas que pode ter efeito na cabeça fraca de jovens voluntariosos, hedonistas que não tem o domínio da razão.
O filme busca a mensagem as partes inferiores das pessoas, aonde o desejo domina para dizer que é legal usar drogas e fazer sexo sem compromisso, que isso vai te dar uma vida realizada.
Mas fico feliz pelo público não ter prestigiado esse filme preferndo “Os Vingadores” que se não é um filme profundo (como diz os pseudo-intelectuais), mas trouxe mensagens negativas a juventude, sendo um entretenimento sadio. 


                                     Parece uma paródia pornô do Avatar. kkkkkkkk

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Contra as pretensões intelectuais do cinema


A “Teoria das Ideias” platônica surgiu para explicar primeiramente o problema colocado por Sócrates sobre definições. Em seu desenvolvimento foi necessário estabelecer as ideias como unificadoras dos múltiplos objetos dados nas sensações (representações do olfato, paladar, visão, audição e tato), que sozinhos não são suficientes para explicar as representações desses objetos e sua essência.

Platão divide, assim, a realidade em dois universos distintos: o inteligível e o sensível. O primeiro contém as formas puras, as essências e o fundamento da existência dos seres do segundo. Assim, tanto os seres da natureza quanto os homens são cópias sensíveis de modelos originais inteligíveis.

É a partir disso que Platão faz sua crítica à arte. Cada ser particular participa das ideias (a participação é a relação entre o todo e as partes) sem se confundir com elas, que são, pois, absolutas. O mundo é uma cópia do real e esse afastamento do verdadeiro já é uma Dessemelhança, ainda que natural. Entretanto, Platão julga a arte como imitação, capaz de enganar, uma vez que a realidade sensível já é uma imitação do inteligível. A arte afasta ainda mais do real, pois imita a cópia. A imitação da cópia é o que Platão chama de Simulacro, que introduz uma desmedida maior do que a própria existência do mundo natural.
A arte não reproduz o mundo, ela cria uma falsificação ou simulação daquilo que ela acha que é real. O cinema não é algo que apresenta o mundo tal qual ele é, como diz nossos cineastas metidos a intelectuais, as histórias deles são cheio de fantasias concebidas pela imaginação, pouco verossímeis.

Pouco os filmes que conseguem reproduzir a realidade, quando se baseiam em fatos reais, mas a maioria são cheio de falsificações e licença poética. O que é o cinema senão um mero entretenimento para a diversão.

A função de conscientizar as pessoa de sua real condição é de ninguém mais do que a filosofia e sociologia. O cinema e afins são para diversão, em nada representando o mundo real.

domingo, 22 de julho de 2012

Queda do Público no cinema


Cinema brasileiro perdeu bilheteria em 2011

30 de janeiro de 2012

Mesmo com o maior volume de lançamentos da última década, o cinema nacional não conseguiu manter em 2011 o bom desempenho de bilheteria e receita apresentado em 2010. Segundo balanço da Agência Nacional (Ancine), o número de filmes nacionais que chegaram aos cinemas teve um incremento de 32%, pulando de 75 filmes em 2010 para 99 no ano passado.

O maior número de títulos, no entanto, não representou mais sucesso para as produções, que tiveram quedas de 30% em número de ingressos vendidos e em receita. Em termos de bilheteria, o número passou de 25,68 milhões para 17,87 milhões. Já a arrecadação recuou de R$ 225,95 milhões em 2010 para R$ 163,27 milhões em 2011. O preço médio dos ingressos para filmes nacionais em 2011 ficou em R$ 9,14.
De acordo com a Ancine, a queda nos números de 2011 está relacionada à falta de grandes sucessos de bilheteria, como 'Tropa de Elite 2' e 'Nosso Lar' em 2010. O melhor desempenho do ano foi o filme De Pernas Pro Ar, com três milhões de espectadores e R$ 27,5 milhões de receita. Os filmes nacionais responderam por 12,42% dos ingressos vendidos no país em 2011 - em 2010, a participação tinha chegado a 19,05%.

De acordo com a Ancine, o cinema no Brasil teve um crescimento de 6,75% na venda de ingressos e de 13,5% em receita. Ao todo, foram 143,89 milhões de ingressos vendidos e R$ 1,43 bilhão de faturamento. O filme 'Amanhecer - Parte 1', da Saga Crepúsculo, foi o campeão de bilheteria: sete milhões de espectadores e R$ 65,1 milhões de renda.
O preço médio dos ingressos ficou em R$ 9,99, 6,84% a mais do que em 2010. Nos filmes estrangeiros, o valor foi um pouco mais alto, R$ 10,11. Segundo a Ancine isso se deve ao valor mais alto cobrado nos ingressos para filmes em 3D.



Decepção de público


14 de maio de 2012

Os filmes nacionais continuam sem cair no gosto popular. Depois de seis semanas, o caro Xingu atraiu apenas 338 150 espectadores aos cinemas.

Paraísos Artificiais de Marcos Prado segue a mesma tendência. Após 11 dias exibido em 221 salas, foi visto por apenas 194 500 pessoas.


http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/cultura/xingu-e-paraisos-artificiais-decepcao-de-publico/


Cinema brasileiro perdeu público

 
22 de julho de 2012

 
Reportagem do jornal Valor Econômico desta semana registra que as produções cinematográficas nacionais perderam mercado em comparação com o primeiro semestre de 2011. No ano passado, quatro obras brasileiras já haviam ultrapassado os 1 milhão de espectadores no período. “E Aí… Comeu?”, de Felipe Joffily, foi o único filme a atingir a marca neste ano. 
 

O resultado significou uma queda no market share do cinema brasileiro, de 11,9% no primeiro semestre de 2011 para 5,1% no mesmo período de 2012, enquanto o público total de cinema no país teve leve alta de 2,5% nos primeiros seis meses do ano. Produções como “Xingu” e “Paraísos Artificiais” decepcionaram na bilheteria. 
 

Para Jorge Peregrino, presidente do Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas do Município do Rio de Janeiro, não aconteceu nada extraordinário nos primeiros seis meses do ano. “Cinema, guardadas as devidas proporções, é igual à televisão e a todas as cinematografias mundiais. Se a novela não é boa, o ibope cai. Se os filmes não atingem ou não são aquilo que o público quer, o mercado cai”, diz Peregrino. “Se alguém soubesse a fórmula para produzir sucessos perenemente seria um gênio.” 
 

Wilson Feitosa, da distribuidora Vinny, também afirma que a flutuação é normal no cinema, mas as produções brasileiras, além de não caírem no gosto do público, ainda enfrentaram muita concorrência de grandes franquias norte-americanas. Atualmente, das 2.446 salas que existem no Brasil, 844 estão ocupadas por “A Era do Gelo 4? e 814 por “O Espetacular Homem-Aranha”. 

Megalomania do Cacá Diegues


"Brasil poderia ser a Hollywood do século 21", diz Cacá Diegues

Autor: Marian Azevedo


01 de maio de 2012

Para Cacá Diegues, um dos grandes cineastas do País, o cinema brasileiro tem potencial para representar para o século 21 o que Hollywood representou para o século 20. "Hollywood inventou o século 20, e o cinema brasileiro, com toda a sua diversidade, tem tudo para ser nesse século o que eles foram no passado", disse ele em entrevista nesta segunda-feira (30) no Recife. Ele é um dos homenageados do Cine PE - Festival do Audiovisual, que acontece no Recife e em Olinda até quarta-feira (2).

No entanto, Cacá admite achar muito difícil que isso aconteça. "Infelizmente acho que é mais uma das vocações de gradeza que o Brasil não consegue realizar", afirmou o cineasta, que recebeu a Calunga de Ouro pelos 50 anos de contribuições ao audiovisual brasileiro. Entre outros filmes, Cacá dirigiu Xica da Silva (1976), Bye Bye Brasil (1979) e Deus é Brasileiro (2003). Ele é também um dos fundadores do Cinema Novo, movimento que surgiu nos anos 50.

Mas o diretor disse que o passado - e também o futuro - não lhe interessa. "Não guardo rancor do que falaram dos meus filmes, não tenho nostalgia do passado. E também não faço filmes pensando no futuro. Faço cinema para o presente, para os meus contemporâneos", explicou ele, que atualmente está na fase de pré-produção do seu próximo filme, O Grande Circo Místico, baseado em poema de Jorge Lima e com trilha sonora de Chico Buarque e Edu Lobo. As filmagens devem começar no final deste ano.
Cacá comemorou o bom momento do cinema brasileiro. "Quando comecei a querer fazer cinema no Brasil, era como querer ser astronauta no Paraguai. Hoje vejo que está começando a virar uma atividade permanente no País e isso é revolucionário. Torço para que esse não seja apenas mais um ciclo como tantos outros", refletiu. "Pela primeira vez, temos diversidade. Faz 20 anos que nós temos feito de tudo, desde filme comercial que dá dinheiro até filme sério, para ganhar prêmio em festival", completou.

Ele ainda comentou a sua escolha para presidir o júri da Câmera de Ouro em Cannes, o prêmio do festival francês para o melhor filme de diretor estreante. "Estou muito orgulhoso, pois é um posto que já foi ocupado por muita gente legal, como Abbas Kiarostami. O bom é que vou ficar a par das tendências do cinema e vou aprender muito, mas também tenho certeza que vou ver muito filme chato", brincou.

Na homenagem de domingo, Cacá recebeu a Calunga de Ouro das mãos do neto José Pedro, 10, fruto do relacionamento da sua filha Isabel com Pedro Bial, e admitiu que ficou emocionado. "É um neto de quem eu sou muito próximo. Ele assistiu a todos os meus filmes em DVD e agora está adorando a ideia de ver Xica da Silva na tela grande aqui no festival", contou. "José Pedro é neto de cineasta e de cantora (Cacá foi casado com a cantora Nara Leão) e filho de cineasta. Não tem jeito, esse menino já está perdido", disse, entre gargalhadas.

Comentário:

Os cineastas ditos independentes e que afirmam realizar obras mais autorais, que tanto o cinema e que vociferam contra o cinema hollywoodiano e quando são perguntados da razão d a população lota as salas de cinema para assistir os blockbusters, tem como causa uma suposta colonização cultural dos norte-americanos, eles mesmos imitam direto o estilo do cinema europeu (com menos qualidade).

O tão celebrado cinema novo era nada menos do que uma imitação da Nouvelle Vague e do neorealismo italiano, a semana de arte moderna que enchem a boca para falar que ela iniciou uma arte de vanguarda no Brasil, só imitou as artes europeias.

Essa entrevista revelou que os cineastas brasileiros MORREM DE INVEJA do cinema hollywoodiano, e adorariam estar no lugar deles,  estando eles no controle da indústria cultural. Nietzsche afirma que os fracos tem inveja e desejam suplantar os mais fortes por inveja da força deles, o mesmo eu diria do cineastas brasileiros.

A indústria cultural francesa enquanto foi a mais influente, os franceses eram abertos e sem a proteção, bastou eles perderem o posto para os norte-americanos, que começaram a tratar da necessidade de proteção a cultura nacional e imporem reserva de mercado. 

Cineasta medíocre reclama dos Blockbusters


'Blockbusters são os vilões do cinema', reclama Fernando Meirelles à TV DN


05 de junho de 2012


O cineasta Fernando Meirelles, consagrado por filmes como "Cidade de Deus" e "Ensaio sobre a Cegueira", se despediu nesta terça-feira (05) da cidade de Fortaleza, numa entrevista franca para a TV DN, na qual disparou contra os blockbusters.

Meirelles veio à convite do Cine Ceará 2012. Pouco antes de deixar o hotel onde estava hospedado, ele conversou sobre os rumos do cinema no Ceará, no Brasil e no mundo e sobre os novos projetos: "360", que estreia no circuito nacional em 16 de agosto, e "Nemesis", que começa a ser rodado em outubro.

Mostrando estar ciente do que acontece no mercado cinematográfico local, ele lamentou não ter visto o filme cearense campeão do festival no ano passado. "Mãe e Filha, do Petrus Cariry, que eu li críticas e que todo mundo fala que é incrível ficou em São Paulo apenas um final de semana. Ele entrou numa sexta e na quinta seguinte saiu de cartaz", queixou-se.

"Os vilões" do cinema

Mesmo tendo produzido filmes com grandes bilheterias, Fernando Meirelles se declarou um crítico contundente das superproduções norte americanas, em cartaz. "Os blockbusters são os vilões do cinema. Porque agora, por exemplo, o  Brasil tem 2800 salas, e umas 1600 estão ocupadas pelo "Battleship", por "Os Vingadores" e pelo "MIB - Homens de Preto".

Meirelles não faz rodeios e questiona as interferências econômicas por trás do processo de exibição de filmes. "Eles ocupam esse espaço porque são filmes melhores?  Não! Porque os caras têm dinheiro. Os caras fizeram um filme de US$ 150 milhões e têm mais US$ 200 milhões para investir, Então entram com tanto dinheiro que compram todo espaço, toda propaganda e as pessoas vão assistir achando que isso é a coisa mais sensacional do mundo", alfineta.

Caminhos para o cinema brasileiro

Apesar do cenário de hegemonia holywoodiana, Meirelles está otimista com relação aos rumos que o cinema brasileiro está tomando. "Eu acho que a indústria brasileira nesses últimos dez anos se solidificou. Antes o cinema brasileiro começava e acabava, agora a gente já tem uma produção sólida. No ano passado, foram produzidos 105 filmes e lançados 99", diagnosticou.

Mas quanto ao futuro das produções nacionais, inclusive dos filmes cearenses, o cineasta acredita que ele só será promissor caso os produtores reinventem o modo de exibição. "Eu adoraria ter mais acesso a filmes regionais. Eu tenho impressão que isso vai  acontecer na hora que a televisão começar a trabalhar com video on demand. Ter lá alguns canais em que você possa ter um catálogo de 400 filmes", explica.


Novos filmes: "360" e "Nemesis"


Engajado em novos projetos, Fernando Meirelles evita falar nos grandes êxitos de sua biografia profissional, tais como "Cidade de Deus". O filme, indicado a quatro Oscars, completa 10 anos em 2012.

"Esse filme claro que mudou minha vida profissional porque ele abriu muitas portas e eu fui convidado para fazer muita coisa a partir dele. Mas acho que na minha vida do dia-a dia eu não mudei nada. Continuo morando na casa que eu morava, sou muito ligado à família, meus amigos são os mesmos", afirmou.

Já sobre os dois novos filmes, o cineasta falou com a empolgação de quem tem sempre uma nova história para contar. Aliás, nove delas em um filme só. "Tem dois atores brasileiros, o Juliano Cazarré e a Maria Flor. Mas tem também Jude Law, Rachel Weisz, Anthonny Hopkins, um ator francês incrível chamado Jamel Debbouze... É um filme falado em oito línguas", resume.

Engatilhado na linha de produção de Meirelles, está "Nemesis", sobre o magnata grego Aristóteles Onassis. "Ele foi o homem mais rico do mundo nos anos 1960. O grande inimigo do Onassis era a família  Kennedy. Ele acabou casando com a Jacqueline Kennedy, a mulher do ex-presidente.  É uma história dramática sobre o ódio. Isso deve estar pronto no ano que vem", projeta. Alguém duvida que será um sucesso!?

Comentário:



Mas superprodução hollywoodiano não é garantia de sucesso. Filmes como Pluto Nash, Waterworld - O Segredo das Águas e o recente John Carter de serem  enormes fracassos mesmo com grande publicidade, o filme Tropa de Elite 2 mesmo com um orçamento infinitamente menor derrotou nas bilheterias o milhonário Avatar, tendo a maior bilheteria da história do cinema brasileiro.  


A quetsão não é tão simplista e chorosa como Meirelles coloca.Essa questão é dialética, um filme com o que o público deseja ver. Se não houveruma produção voltada ao público, não vai haver retorno.


Nossos cineastas com a sindrome do gênio, como Walter "Picareta" Salles, eles fazem o filme sem pensar no público e ai ocorre o que? Fracasso.


Não vou discutir a qualidade dos filmes dele que são sofríveis. 

Querem invadir sua série




Por que é um erro a idéia de criar cotas de programas nacionais na TV paga

Autor: Marcelo Marthe

30 de abril de 2008

Está em curso no Congresso Nacional uma tentativa de cercear o direito do espectador de assistir ao que bem entende na TV paga. Em apreciação atualmente na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, o projeto de lei número 29 – o PL 29 – pretende impor às operadoras e canais por assinatura a exibição de cotas de programas nacionais. Se aprovada a versão do projeto que circulava na semana passada, dentro de quatro anos todo pacote de TV paga terá de oferecer no mínimo 25% de canais de conteúdo brasileiro (ou um número fixo de dez canais, para pacotes com mais de quarenta). Hoje, poucas operadoras cumpririam essa exigência. Mas há outra imposição de impacto ainda maior: os canais internacionais teriam de transmitir ao menos três horas e meia semanais de programação brasileira no horário nobre. Sim, é isso mesmo: os canais especializados em seriados, filmes ou documentários estrangeiros seriam obrigados a exibir em destaque atrações nacionais. Algo como se o AXN tivesse de ensanduichar um Toma Lá Dá Cá entre um episódio de Lost e outro de CSI Miami.

O PL 29 tem por objetivo estabelecer um novo marco regulatório para o setor. Nele há medidas com a intenção de promover o crescimento da TV paga, ao estimular a concorrência e fomentar a produção independente. Sua aprovação permitirá a entrada das empresas de telefonia nas operações de TV paga, ao mesmo tempo em que resguardará o papel das companhias de radiodifusão na produção de conteúdo. No substitutivo do deputado Jorge Bittar (PT-RJ), contudo, há dispositivos de viés intervencionista. Ele traz de volta o fantasma da Ancinav – a tentativa dos comissários petistas de criar uma agência para controlar os meios de comunicação em moldes stalinistas. Isso porque se prevê que a Ancine, que hoje tem a função de fomentar a indústria audiovisual no país, se transforme numa superagência com poderes para decidir o tipo de conteúdo nacional que se julga adequado ou não.

As cotas configurariam uma interferência absurda no modelo de negócio dos canais e na vida dos espectadores. Ao contrário do que ocorre na TV aberta, a relação desses canais com o público é de natureza estritamente comercial. As pessoas compram os pacotes das operadoras porque querem assistir a uma programação que não encontram nas redes. Quem sintoniza um canal de seriados americanos quer ver – ora bolas – seriados americanos.

Como se demonstrou com a felizmente extinta reserva de mercado de informática e com as atuais cotas para o cinema brasileiro, o protecionismo está longe de ser uma boa forma de estimular a indústria nacional. As cotas são um atalho para premiar a ineficiência. Os canais estrangeiros já vêm investindo em produções nacionais. "Entre recursos próprios e provenientes de incentivos fiscais, 146 milhões de reais foram aplicados nos últimos três anos", diz Carlos Alkimim, da ABPTA, associação que representa o setor. Mas há que se confrontar um dado da economia real: para esses canais, sempre será mais barato oferecer programas estrangeiros que tiveram seu custo diluído pela exibição em muitos países do que colocar dinheiro em produções brasileiras. As cotas seriam uma tentativa artificial de mudar essa realidade. E a conta, claro, vai sobrar para o elo mais fraco – o espectador. "Inevitavelmente, as cotas encareceriam os serviços de TV paga", diz Alexandre Annenberg, presidente da Associação Brasileira de Tv por Assinatura. A palavra está com os deputados.



Filme nacional, nem por decreto

A obsessão do governo de impor cotas para os filmes nacionais remonta ao início do cinema falado. A primeira medida assim data de 1932, quando os cinemas foram obrigados a exibir produções brasileiras. A mais recente foi tomada em dezembro passado. Um decreto do governo Lula fixou em 28 dias o período mínimo de exibição de filmes nacionais. O desrespeito à regra é punido com multa diária de 5% da renda média da sala. O governo pretendia garantir a audiência dos filmes nacionais. Mas, como toda canetada que pretende dar suporte a uma atividade econômica, essa também se destina ao fracasso. Os donos de cinema gaúchos recorreram à Justiça contra o decreto. Outros preferem simplesmente pagar a multa. "Já fomos autuados quatro vezes, mas é melhor ser multado do que deixar salas vazias com filmes como o infantil Os Porralokinhas, que só deu prejuízo", diz Márcio Lima, diretor da rede Centerplex, com 33 salas.



Filme nacional derruba audiência de canal pago, diz Telecine

7 de junho de 2012.
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A lei que obriga a TV paga a exibir programação nacional foi duramente criticada por João Mesquita, diretor-geral dos canais Telecine, durante o Fórum Brasil de Televisão, realizado nesta semana em São Paulo.

Segundo Mesquita, para cumprir a cota os canais Telecine terão de comprar filmes brasileiros de baixa bilheteria, o que irá derrubar a audiência. E o Telecine Cult, dedicado a clássicos, terá de passar a exibir filmes nacionais, competindo com o "co-irmão" Canal Brasil.

A partir de setembro, os canais de entretenimento (todos menos os de notícias e esportes) terão de apresentar duas horas e 20 minutos de conteúdo brasileiro por semana, das 18h à 0h.

A Ancine (Agência Nacional do Cinema), no entanto, não impôs limite de reprises. Os canais poderão exibir um mesmo programa indefinidamente durante um ano.

O mercado de filmes nacional vem crescendo ano a ano, mas ainda é pequeno. Segundo a Ancine, no ano passado foram lançados 99 longas de ficção e documentários brasileiros, contra 240 estrangeiros. Desses 99, apenas nove fizeram mais de 500 mil espectadores. Outros sete levaram entre 100 mil e 500 mil pessoas aos cinemas. A grande maioria (62 filmes) teve menos de 1o mil espectadores.

O foco dos canais Telecine são os blockbusters, filmes de grandes bilheterias. Os canais se orgulham de terem comprado todos os filmes brasileiros com mais de 500 mil espectadores. Agora, terão de baixar esse teto.

"Não existe mais espaço para comprar filmes brasileiros [de grande bilheteria]. Para cumprir cotas, vamos ter que comprar filmes menores, para fazer volume. Teremos impacto na audiência, aí fica difícil", lamentou Mesquita

Enfiaram a TV Brasil na TV a cabo




Autor: Bruno Pontes
24 de agosto de 2011

Se a TV Brasil existe, por que não botar a tal produção cultural brasileira pra rodar lá? Porque ninguém assiste àquilo.

Notícia fresca da União dos Estados Socialistas do Brasil: o Senado aprovou a imposição de cotas de programação nacional obrigatória nos canais de TV por assinatura. A desculpa é a de sempre: precisamos valorizar nossa cultura (senha para “vamos tomar seu dinheiro” em 90% dos casos).

O projeto define três tipos de cotas na TV a cabo. A cota por canal obriga a veiculação de até três horas e meia de programação regional e nacional por semana em cada canal, em horário nobre, que será definido pela Agência Nacional do Cinema. Metade dessa programação deve ser feita por “produtor independente”, ou seja, aquele que financia sua arte com verba estatal e está independente da vontade do público.

Na cota por pacote, um terço dos canais que compõem o pacote deve ser brasileiro. Dos canais brasileiros, um terço deve ser de produção independente e dois canais devem ter 12 horas diárias de conteúdo brasileiro independente. Ligue a TV, ponha na TV Brasil e tente assistir por 10 minutos. Caso você continue acordado, tente imagine 12 horas diárias disso.

Dias antes da votação, a ministra da Cultura, a petista Ana de Hollanda, esteve com o presidente do Senado, o petista José Sarney, para informá-lo da importância das cotas. “Não se trata de uma interferência [nas TVs], mas é uma forma de divulgar a produção cultural brasileira, que é muito grande”, disse ela. “Este projeto é uma batalha de muitos anos do mundo da Cultura e do mundo do audiovisual. É a garantia de espaço para o conteúdo da produção brasileira que é muita rica e ainda pouco conhecida”.

Se a TV Brasil existe, por que não botar a tal produção cultural brasileira pra rodar lá? Porque ninguém assiste àquilo. Os entusiastas do projeto aprovado no Senado pensam que, enfiando-a na grade das TVs por assinatura, a cota nacional encontrará espectadores. Não encontrará, é claro, como não encontra na TV Brasil, que é aberta. Em compensação, a turma disporá agora de parte dos impostos pagos pelas empresas de TV a cabo para queimar nos seus produtos de audiência zero.

Do mesmo jeito que Maria Bethânia se acha no direito de pegar 1 milhão de reais dos cofres públicos para brincar de blog, a turma do audiovisual se acha no direito de obrigar o brasileiro a pagar por algo que ele não quer. Não lhe passa pela cabeça a hipótese de que sua arte seja uma porcaria da qual ninguém faz conta. Por isso os nossos gênios incompreendidos odeiam o livre mercado: eles se imaginam bons demais para serem desprezados. Eles detestam o fato de que a platéia pode vaiar

Sem sinecura não há cultura



Autor: Bruno Pontes

 23 de Março de 2011

Publicado no jornal O Estado.

Salles e outros tantos não conseguem aceitar o fato de que filmes, assim como picolés, camisas e sabão em pó, dependem da vontade do público.

Em entrevista à revista Época durante a temporada de promoção de seu filme Linha de Passe, de 2008, o badalado Walter Salles, aquele apologista de Che Guevara, sintetizou a filosofia dos cineastas brasileiros: cinema não deve lucrar, deve fazer retratos da sociedade. E para ele, filho de banqueiro multimilionário, suas aventuras particulares devem ser bancadas por todos os pagadores de impostos.

Indagado se a anêmica audiência dos filmes nacionais naquele período poderia ser comparada ao marasmo cinematográfico decorrente do fechamento da Embrafilme no governo Collor, Sales deu uma aula de sensibilidade artística que somente as pessoas maravilhosas do terceiro mundo geográfico e mental sustentadas por verba pública têm condições de oferecer:

"Cinema não é sabão em pó. O papel do cinema é gerar uma memória de nós mesmos, um retrato de uma sociedade num dado momento. O problema é que estamos julgando hoje o cinema brasileiro com os instrumentos que são utilizados para avaliar o cinema de mercado norte-americano. É um pouco como comparar o público do McDonald's com daquele restaurante de bairro, que te propõe uma comida autêntica, de um lugar específico. Então, a pergunta que talvez devêssemos fazer é a seguinte: os filmes brasileiros têm tido sucesso em refletir nossos desejos e contradições?"

Salles e outros tantos não conseguem aceitar o fato de que filmes, assim como picolés, camisas e sabão em pó, dependem da vontade do público. Dói em suas almas de artistas visionários que sua arte não seja prestigiada como imaginam ser merecido. Eles querem é retratar a sociedade usando dinheiro alheio, e aí temos o ciclo: como não precisam se preocupar com retorno financeiro, livram-se da necessidade de oferecer a mínima qualidade que se pague em troca. Os retratos da sociedade morrem na bilheteria, e então pedem mais dinheiro aos ministérios. Em nome da cultura, naturalmente.

A revista também perguntou a Salles quais seriam os motivos para a diminuição do público do cinema nacional. Disse o filho de banqueiro: "Nos países onde existe uma compreensão solidificada de que o cinema é algo necessário para a cristalização de uma identidade nacional, como é entendido por exemplo na França, o cinema vai bem, obrigado. Nos países onde o cinema é abandonado às leis de mercado, as cinematografias nacionais morrem".

A hipótese de que sua arte seja uma porcaria, aliás, é inconcebível aos nossos gênios incompreendidos, que odeiam o livre mercado porque se sabem ignorados naquele momento crucial: quando o espectador tira a carteira do bolso.

E agora, seguindo nossa rica tradição da picaretagem cultural, Maria Bethânia e Andrucha Waddington, pessoas das mais famosas em suas áreas de atuação, se acham no direito de pegar R$ 1,3 milhão do povo para brincar de blog. Poderiam muito bem tocar o projeto "revolucionário" de levar poesia ao povo "em meio a tantos absurdos do mundo moderno" (pfff), como justificam a coisa, sem recorrer ao Estado, juntando dinheiro de empresas privadas que poderiam ser facilmente convencidas a associar suas marcas a essa gente tão linda, bacana e maravilhosa. Mas não. São artistas brasileiros típicos: têm o direito divino a uma sinecura.

Como se faz um filme brasileiro?



Enquanto na Europa os cineastas e artistas em geral sofrem os efeitos de décadas de demagogia estatal e “políticas de incentivo”, no Brasil os produtores culturais vivem uma lua de mel com eles mesmos (e com os governos, obviamente). Preocupação com recursos? Por quê? Eles são ilimitados!

Anos e anos de incentivos fiscais e políticas de proteção a “manifestações culturais”, a setores improdutivos da indústria e a manutenção de privilégios a grupos de interesse certamente contribuíram para a penúria financeira na qual se encontra a maioria dos países europeus. Há uma relação lógica e quase direta entre “política de privilégios no passado” e “estagnação e crise no presente e futuro”, ao menos em se tratando de políticas culturais. Acostumados a fazer filmes com dinheiro público, os produtores europeus agora precisam se adaptar a uma realidade nova que lhes é absolutamente inusitada: trabalhar com menos dinheiro, ganhando menos e preocupados em garantir, nas receitas dos filmes presentes, a própria continuidade da produção.

Na Espanha, “O governo fez um corte de dimensões maiúsculas nos auxílios à produção de filmes, aos festivais e à promoção do cinema no exterior”, segundo o El Pais (http://blogs.estadao.com.br/radar-economico/2012/04/03/el-pais-crise-poe-cinema-espanhol-em-situacao-critica/).

...outros países, cujos governos são liderados por conservadores ou tecnocratas -como a Itália, a Hungria, a Holanda e o Reino Unido- tiveram seus orçamentos culturais cortados. A mesma coisa aconteceu com outros --Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda-- que estão sendo forçados a reduzir seus gastos públicos para permanecerem na zona do euro. (...) No caso da Holanda, o orçamento de cultura será reduzido em aproximadamente US$ 265 milhões (25%) até o início de 2013... (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/34694-cortes-na-cultura-abalam-a-europa.shtml)

É interessante notar que a decadência estética do cinema europeu parece relacionada diretamente com o aumento da presença estatal no financiamento dos filmes. Embora os governos sempre tenham sido presentes no “incentivo” a essa indústria na Europa, jamais tantos filmes foram feitos utilizando tamanha proporção em recursos públicos quanto nas últimas duas décadas. Basta observar entre tais filmes a quantidade de fundos de investimento estatal e empresas cinematográficas controladas pelos governos estampando seus nomes dos créditos de abertura. Ao mesmo tempo em que crescia em atividade e aumentava sua relação de dependência junto a políticos e burocratas, os filmes europeus perdiam terreno artístico e de mercado para indústrias mais abertas, como a sul-coreana e a chinesa de Hong Kong.

Mas agora isso tudo é passado. Oxalá também se tornem peças de museu filmes “de nicho”, esquisitos e voltados unicamente para comissões de seleção em festivais, europeus pagos exclusivamente com dinheiro público e repletos de desprezo pelo “espectador comum” de filmes (do qual os esquerdistas de Hollywood jamais se esqueceram). Se quiser sobrevivência, o cinema europeu terá necessariamente de reconciliar-se com o grande público e reinventar-se mais barato, mais essencial e mais internacional (no Brasil, por exemplo, filmes europeus ainda são sinônimo de circuito alternativo e bocejos).

Entre nós, contudo, os cineastas jamais puderam ser tão felizes. Nunca houve tanto dinheiro público para filmes quanto agora. Quando parece que a fonte vai parar de crescer (jamais secar), a burocracia inventa algum novo dispositivo legal, abraçado prontamente por parlamentares não raro semialfabetizados que jamais confrontariam intelectuais ruidosos que eles imaginam, erroneamente, ser muito mais “intelectualizados” que eles mesmos.

É de se prever para um futuro (talvez, ainda distante) uma crise semelhante no cinema brasileiro àquela dos produtores europeus. Muitos anos de muito dinheiro público inevitavelmente produzirão gerações inteiras de cineastas despreocupados com a audiência, gastões alimentando egos enormes para os quais todo o dinheiro do mundo não será suficiente.
Quando perguntado recentemente a respeito do “tamanho” do orçamento de seu mais recente filme (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/34499-tal-pai-tal-filho.shtml), um conhecido cineasta tupiniquim respondeu: “Já está em mais de 12 milhões”. Como assim, “já está”? Um orçamento de um filme é como o mapa do campo de batalha para um general: deve ser conhecido milimetricamente. Orçamento não é bilheteria, que pode (ao menos deveria...) crescer até o infinito.

A verdade é que ninguém no Brasil está preocupado com o orçamento dos filmes produzidos: em primeiro lugar, porque o dinheiro não é de ninguém (é público, na verdade, o que dá quase na mesma). Em segundo lugar, porque independente do que se faça com o orçamento do filme atual (aquele que “não para de crescer”), o do filme seguinte já está garantido. O cineasta do exemplo já fez outro filme, sem que o anterior houvesse estreado, pela bagatela de 5 milhões de reais (em grana pública, lógico: http://sif.ancine.gov.br/projetosaudiovisuais/ConsultaProjetosAudiovisuais.do?method=detalharProjeto&numSalic=090176). Se segura, Almodóvar: nossos cineastas estão chegando... 

O período de ouro do cinema nacional


Autor: Diogo Mainardi

8 de junho de 2005

O período de ouro do cinema nacional foi entre 1992 e 1994. Fernando Collor de Mello cortou o financiamento público e nenhum filme foi feito.

De lá para cá, tudo piorou. O governo federal deu 1 bilhão de reais à turma do cinema. Uma parte do dinheiro foi roubada, retornando por baixo do pano às empresas beneficiadas pelo subsídio fiscal. A outra parte do dinheiro teve um destino infinitamente mais sombrio: virou filme. No momento, 365 longas-metragens estão em produção no país. Se todos fossem realizados, daria para ver um filme nacional diferente por dia, durante um ano. Não consigo imaginar perspectiva mais aterrorizante do que essa.

Gilberto Gil, na última segunda-feira, reconheceu que o setor cinematográfico enfrenta um "esgotamento do modelo, uma fadiga da estrutura". Ele afirmou que, embora o investimento de recursos públicos tenha crescido nos dois primeiros anos do governo Lula, a participação do cinema nacional na bilheteria caiu de 21% para 10%. Gil defendeu um "choque de capitalismo". Choque de capitalismo, no jargão do ministro da Cultura, tem um significado um tanto pitoresco. Não quer dizer eliminar o financiamento público. Pelo contrário: quer dizer aumentá-lo. De fato, a proposta de Gil é dar ainda mais dinheiro à turma do cinema. Ele acredita que o governo não deve bancar somente a produção de filmes, como fez até agora. Deve bancar também a distribuição e a exibição. O capitalismo, para Gil, funciona assim: o Estado paga tudo. Paga a produção do filme, paga a construção da sala, paga a distribuição da cópia, paga o bilhete do espectador. Se o mercado rejeita o cinema nacional, o capitalismo de Gil simplesmente abole o mercado.

Em 2003, foram lançados no circuito comercial 29 filmes produzidos no país. Outros vinte não conseguiram encontrar exibidor. Foram direto para a lata do lixo. Se o governo jogasse fora dois quintos da verba da merenda escolar, alguém já estaria preso. Como joga fora dois quintos da verba de filmes, ninguém reclama. O cinema nacional só existe porque é tutelado pela política. Produtores e diretores sabem disso. Tanto que sempre buscam a proteção de quem controla o dinheiro. Outro dia, um grupo deles se reuniu com José Dirceu. Gilberto Gil aprovou o beija-mão. Ele declarou: "Melhor que procurem muita gente. É bom. É uma forma de envolver a Casa Civil". Seria recomendável que produtores e diretores procurassem agora Delúbio Soares, Silvio Pereira e Mauro Dutra, dono da Novadata e amigo do peito do presidente.

Uma questão, porém, o governo jamais poderá superar: a ojeriza do espectador pelo cinema nacional. O brasileiro aceita que lhe tomem o dinheiro para financiar o parasitismo do meio cinematográfico. Aceita até mesmo que isso acabe envolvendo uma certa dose de roubalheira. O que o brasileiro não aceita, de jeito nenhum, é ter de assistir a filme nacional. Não adianta criar uma reserva de mercado, obrigando o exibidor a colocá-lo em cartaz. Não adianta baratear artificialmente o bilhete de entrada. O espectador que, uma vez na vida, caiu na cilada de ver um filme brasileiro, de Terra em Transe em diante, nunca mais repetirá o erro.