domingo, 22 de julho de 2012

Cineasta medíocre reclama dos Blockbusters


'Blockbusters são os vilões do cinema', reclama Fernando Meirelles à TV DN


05 de junho de 2012


O cineasta Fernando Meirelles, consagrado por filmes como "Cidade de Deus" e "Ensaio sobre a Cegueira", se despediu nesta terça-feira (05) da cidade de Fortaleza, numa entrevista franca para a TV DN, na qual disparou contra os blockbusters.

Meirelles veio à convite do Cine Ceará 2012. Pouco antes de deixar o hotel onde estava hospedado, ele conversou sobre os rumos do cinema no Ceará, no Brasil e no mundo e sobre os novos projetos: "360", que estreia no circuito nacional em 16 de agosto, e "Nemesis", que começa a ser rodado em outubro.

Mostrando estar ciente do que acontece no mercado cinematográfico local, ele lamentou não ter visto o filme cearense campeão do festival no ano passado. "Mãe e Filha, do Petrus Cariry, que eu li críticas e que todo mundo fala que é incrível ficou em São Paulo apenas um final de semana. Ele entrou numa sexta e na quinta seguinte saiu de cartaz", queixou-se.

"Os vilões" do cinema

Mesmo tendo produzido filmes com grandes bilheterias, Fernando Meirelles se declarou um crítico contundente das superproduções norte americanas, em cartaz. "Os blockbusters são os vilões do cinema. Porque agora, por exemplo, o  Brasil tem 2800 salas, e umas 1600 estão ocupadas pelo "Battleship", por "Os Vingadores" e pelo "MIB - Homens de Preto".

Meirelles não faz rodeios e questiona as interferências econômicas por trás do processo de exibição de filmes. "Eles ocupam esse espaço porque são filmes melhores?  Não! Porque os caras têm dinheiro. Os caras fizeram um filme de US$ 150 milhões e têm mais US$ 200 milhões para investir, Então entram com tanto dinheiro que compram todo espaço, toda propaganda e as pessoas vão assistir achando que isso é a coisa mais sensacional do mundo", alfineta.

Caminhos para o cinema brasileiro

Apesar do cenário de hegemonia holywoodiana, Meirelles está otimista com relação aos rumos que o cinema brasileiro está tomando. "Eu acho que a indústria brasileira nesses últimos dez anos se solidificou. Antes o cinema brasileiro começava e acabava, agora a gente já tem uma produção sólida. No ano passado, foram produzidos 105 filmes e lançados 99", diagnosticou.

Mas quanto ao futuro das produções nacionais, inclusive dos filmes cearenses, o cineasta acredita que ele só será promissor caso os produtores reinventem o modo de exibição. "Eu adoraria ter mais acesso a filmes regionais. Eu tenho impressão que isso vai  acontecer na hora que a televisão começar a trabalhar com video on demand. Ter lá alguns canais em que você possa ter um catálogo de 400 filmes", explica.


Novos filmes: "360" e "Nemesis"


Engajado em novos projetos, Fernando Meirelles evita falar nos grandes êxitos de sua biografia profissional, tais como "Cidade de Deus". O filme, indicado a quatro Oscars, completa 10 anos em 2012.

"Esse filme claro que mudou minha vida profissional porque ele abriu muitas portas e eu fui convidado para fazer muita coisa a partir dele. Mas acho que na minha vida do dia-a dia eu não mudei nada. Continuo morando na casa que eu morava, sou muito ligado à família, meus amigos são os mesmos", afirmou.

Já sobre os dois novos filmes, o cineasta falou com a empolgação de quem tem sempre uma nova história para contar. Aliás, nove delas em um filme só. "Tem dois atores brasileiros, o Juliano Cazarré e a Maria Flor. Mas tem também Jude Law, Rachel Weisz, Anthonny Hopkins, um ator francês incrível chamado Jamel Debbouze... É um filme falado em oito línguas", resume.

Engatilhado na linha de produção de Meirelles, está "Nemesis", sobre o magnata grego Aristóteles Onassis. "Ele foi o homem mais rico do mundo nos anos 1960. O grande inimigo do Onassis era a família  Kennedy. Ele acabou casando com a Jacqueline Kennedy, a mulher do ex-presidente.  É uma história dramática sobre o ódio. Isso deve estar pronto no ano que vem", projeta. Alguém duvida que será um sucesso!?

Comentário:



Mas superprodução hollywoodiano não é garantia de sucesso. Filmes como Pluto Nash, Waterworld - O Segredo das Águas e o recente John Carter de serem  enormes fracassos mesmo com grande publicidade, o filme Tropa de Elite 2 mesmo com um orçamento infinitamente menor derrotou nas bilheterias o milhonário Avatar, tendo a maior bilheteria da história do cinema brasileiro.  


A quetsão não é tão simplista e chorosa como Meirelles coloca.Essa questão é dialética, um filme com o que o público deseja ver. Se não houveruma produção voltada ao público, não vai haver retorno.


Nossos cineastas com a sindrome do gênio, como Walter "Picareta" Salles, eles fazem o filme sem pensar no público e ai ocorre o que? Fracasso.


Não vou discutir a qualidade dos filmes dele que são sofríveis. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário