sexta-feira, 27 de julho de 2012

Contra as pretensões intelectuais do cinema


A “Teoria das Ideias” platônica surgiu para explicar primeiramente o problema colocado por Sócrates sobre definições. Em seu desenvolvimento foi necessário estabelecer as ideias como unificadoras dos múltiplos objetos dados nas sensações (representações do olfato, paladar, visão, audição e tato), que sozinhos não são suficientes para explicar as representações desses objetos e sua essência.

Platão divide, assim, a realidade em dois universos distintos: o inteligível e o sensível. O primeiro contém as formas puras, as essências e o fundamento da existência dos seres do segundo. Assim, tanto os seres da natureza quanto os homens são cópias sensíveis de modelos originais inteligíveis.

É a partir disso que Platão faz sua crítica à arte. Cada ser particular participa das ideias (a participação é a relação entre o todo e as partes) sem se confundir com elas, que são, pois, absolutas. O mundo é uma cópia do real e esse afastamento do verdadeiro já é uma Dessemelhança, ainda que natural. Entretanto, Platão julga a arte como imitação, capaz de enganar, uma vez que a realidade sensível já é uma imitação do inteligível. A arte afasta ainda mais do real, pois imita a cópia. A imitação da cópia é o que Platão chama de Simulacro, que introduz uma desmedida maior do que a própria existência do mundo natural.
A arte não reproduz o mundo, ela cria uma falsificação ou simulação daquilo que ela acha que é real. O cinema não é algo que apresenta o mundo tal qual ele é, como diz nossos cineastas metidos a intelectuais, as histórias deles são cheio de fantasias concebidas pela imaginação, pouco verossímeis.

Pouco os filmes que conseguem reproduzir a realidade, quando se baseiam em fatos reais, mas a maioria são cheio de falsificações e licença poética. O que é o cinema senão um mero entretenimento para a diversão.

A função de conscientizar as pessoa de sua real condição é de ninguém mais do que a filosofia e sociologia. O cinema e afins são para diversão, em nada representando o mundo real.

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