A “Teoria das Ideias” platônica surgiu para
explicar primeiramente o problema colocado por Sócrates sobre definições. Em
seu desenvolvimento foi necessário estabelecer as ideias como unificadoras dos
múltiplos objetos dados nas sensações (representações do olfato, paladar,
visão, audição e tato), que sozinhos não são suficientes para explicar as
representações desses objetos e sua essência.
Platão divide, assim, a realidade em dois
universos distintos: o inteligível e o sensível. O primeiro contém as formas
puras, as essências e o fundamento da existência dos seres do segundo. Assim,
tanto os seres da natureza quanto os homens são cópias sensíveis de modelos
originais inteligíveis.
É a partir disso que Platão faz sua crítica à
arte. Cada ser particular participa das ideias (a participação é a relação
entre o todo e as partes) sem se confundir com elas, que são, pois, absolutas.
O mundo é uma cópia do real e esse afastamento do verdadeiro já é uma
Dessemelhança, ainda que natural. Entretanto, Platão julga a arte como
imitação, capaz de enganar, uma vez que a realidade sensível já é uma imitação
do inteligível. A arte afasta ainda mais do real, pois imita a cópia. A
imitação da cópia é o que Platão chama de Simulacro, que introduz uma desmedida
maior do que a própria existência do mundo natural.
A arte não reproduz o mundo, ela cria uma
falsificação ou simulação daquilo que ela acha que é real. O cinema não é algo
que apresenta o mundo tal qual ele é, como diz nossos cineastas metidos a
intelectuais, as histórias deles são cheio de fantasias concebidas pela
imaginação, pouco verossímeis.
Pouco os filmes que conseguem reproduzir a
realidade, quando se baseiam em fatos reais, mas a maioria são cheio de
falsificações e licença poética. O que é o cinema senão um mero entretenimento
para a diversão.
A função de conscientizar as pessoa de sua real
condição é de ninguém mais do que a filosofia e sociologia. O cinema e afins
são para diversão, em nada representando o mundo real.
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